São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2006

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AMBIENTE

Empresas buscam reduzir degradação

Mercado nacional tem de se adequar a normas do exterior

TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O raciocínio é simples: se as empresas não buscarem minimizar a degradação ambiental causada por suas atividades, logo mais não haverá recursos naturais para atividade alguma. E é basicamente esse fato que faz com que as profissões ligadas à preservação estejam entre as mais promissoras no mercado de trabalho futuro.
A preocupação em diminuir a emissão de resíduos, em utilizar produtos recicláveis e energias renováveis e em recompor áreas degradadas já está disseminada entre os empresários dos países desenvolvidos, principalmente da Europa.
No Brasil, "o empresariado, aos poucos e um pouco devagar, está acordando para esse aspecto ambiental", diz o professor de ecologia florestal Fábio Poggiani, 66.
Chefe do Departamento de Gestão Ambiental da Esalq/ USP (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz), Poggiani afirma que esse movimento mundial em busca de maiores cuidados com a natureza já faz com que o Brasil tenha que rever suas formas de produção.
"Hoje, as empresas européias que importam produtos brasileiros cobram a certificação. Querem saber se essa empresa que produz açúcar ou madeira está degradando o ambiente ou não. E se ela está degradando, seus produtos simplesmente não são comprados", diz.
Além de crescer no mercado produtivo, a preocupação com o ambiente se espalha pela sociedade em geral, pois os impactos da degradação da natureza no cotidiano dos habitantes do planeta se multiplicam.
"A qualidade de vida nos grandes centros urbanos está fortemente ameaçada pela perda de áreas verdes, excesso de ruídos, destruição das paisagens, pelo acúmulo de resíduos, pela poluição visual", diz a coordenadora do Departamento de Ecologia da Unesp, Maria José de Oliveira Campos.
Para ela, esses efeitos nocivos também tornam a sociedade mais consciente do problema, cobrando ações do governo e das empresas. Isso faz com que o setor de atuação para as profissões relacionadas ao ambiente seja ampliado.
"Há, sim, uma tendência de crescimento do campo de atuação de profissionais ligados à área de ambiente, tendo em vista a maior visibilidade que as questões ambientais ganharam nos últimos anos", diz a professora da Unesp.

Recuperação
No mercado de trabalho, há duas formas básicas de lidar com a preservação ambiental. Existem os profissionais que atuam prioritariamente na diminuição dos impactos na natureza e outros que trabalham para recuperar o que já foi degradado.
No primeiro caso há, por exemplo, o engenheiro ambiental, que poderá atuar em empresas e indústrias, buscando formas de fazer com que elas reduzam a emissão de poluentes ou criem programas de reciclagem do material.
No segundo caso, há o engenheiro florestal, o agrônomo e o gestor ambiental, que podem trabalhar criando planos de reflorestamento e de recomposição de fauna.
Há ainda os biólogos, que geralmente se voltam mais para o campo da pesquisa, mas podem ajudar tanto na hora de deixar o ambiente intacto quanto no momento de recuperá-lo.
Muitas vezes, as atribuições de cada profissional se invertem ou se misturam, de acordo com a especialização ou a graduação escolhida. Biólogos e engenheiros florestais, por exemplo, atuam como gestores ambientais.


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