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AMBIENTE
Empresas buscam reduzir degradação
Mercado nacional tem de se adequar a normas do exterior
TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O raciocínio é simples: se as
empresas não buscarem minimizar a degradação ambiental
causada por suas atividades, logo mais não haverá recursos
naturais para atividade alguma.
E é basicamente esse fato que
faz com que as profissões ligadas à preservação estejam entre as mais promissoras no
mercado de trabalho futuro.
A preocupação em diminuir
a emissão de resíduos, em utilizar produtos recicláveis e energias renováveis e em recompor
áreas degradadas já está disseminada entre os empresários
dos países desenvolvidos, principalmente da Europa.
No Brasil, "o empresariado,
aos poucos e um pouco devagar, está acordando para esse
aspecto ambiental", diz o professor de ecologia florestal Fábio Poggiani, 66.
Chefe do Departamento de
Gestão Ambiental da Esalq/
USP (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz), Poggiani afirma que esse movimento mundial em busca de
maiores cuidados com a natureza já faz com que o Brasil tenha que rever suas formas de
produção.
"Hoje, as empresas européias
que importam produtos brasileiros cobram a certificação.
Querem saber se essa empresa
que produz açúcar ou madeira
está degradando o ambiente ou
não. E se ela está degradando,
seus produtos simplesmente
não são comprados", diz.
Além de crescer no mercado
produtivo, a preocupação com
o ambiente se espalha pela sociedade em geral, pois os impactos da degradação da natureza no cotidiano dos habitantes do planeta se multiplicam.
"A qualidade de vida nos
grandes centros urbanos está
fortemente ameaçada pela perda de áreas verdes, excesso de
ruídos, destruição das paisagens, pelo acúmulo de resíduos,
pela poluição visual", diz a
coordenadora do Departamento de Ecologia da Unesp, Maria
José de Oliveira Campos.
Para ela, esses efeitos nocivos também tornam a sociedade mais consciente do problema, cobrando ações do governo
e das empresas. Isso faz com
que o setor de atuação para as
profissões relacionadas ao ambiente seja ampliado.
"Há, sim, uma tendência de
crescimento do campo de atuação de profissionais ligados à
área de ambiente, tendo em
vista a maior visibilidade que as
questões ambientais ganharam
nos últimos anos", diz a professora da Unesp.
Recuperação
No mercado de trabalho, há
duas formas básicas de lidar
com a preservação ambiental.
Existem os profissionais que
atuam prioritariamente na diminuição dos impactos na natureza e outros que trabalham
para recuperar o que já foi degradado.
No primeiro caso há, por
exemplo, o engenheiro ambiental, que poderá atuar em
empresas e indústrias, buscando formas de fazer com que elas
reduzam a emissão de poluentes ou criem programas de reciclagem do material.
No segundo caso, há o engenheiro florestal, o agrônomo e
o gestor ambiental, que podem
trabalhar criando planos de reflorestamento e de recomposição de fauna.
Há ainda os biólogos, que geralmente se voltam mais para o
campo da pesquisa, mas podem
ajudar tanto na hora de deixar o
ambiente intacto quanto no
momento de recuperá-lo.
Muitas vezes, as atribuições
de cada profissional se invertem ou se misturam, de acordo
com a especialização ou a graduação escolhida. Biólogos e
engenheiros florestais, por
exemplo, atuam como gestores
ambientais.
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