São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Estudante deve ter um cargo gerencial

Ideal é fazer especialização 3,6 anos após graduação, afirmam profissionais entrevistados pelo Datafolha

ADRIANA ABREU
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar de se matricularem no MBA em média oito anos após concluírem a graduação, os entrevistados pelo Datafolha afirmam que o ideal é esperar só 3,6 anos.
A maioria (83%) acredita que é melhor fazer o curso em até cinco anos. Os mais novos são os mais afobados: para 63%, o ideal é se matricular em até três anos.
Já os especialistas recomendam ficar no meio-termo. "Além de ter no mínimo cinco anos de experiência, o profissional já deve estar ocupando uma posição gerencial", analisa Armando Dal Colletto, secretário-executivo da Anamba (Associação Nacional de MBA).
James Wright, 69, diretor acadêmico da FIA (Fundação Instituto de Administração), valoriza a vivência. "O curso se torna mais útil e é mais bem aplicado", afirma.
Ele explica que as aulas têm conteúdo prático, como debates e estudos de casos, que podem vir da experiência do aluno como gestor.
Essa, porém, nem sempre é a regra. Iran Siqueira Lima, 66, presidente da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), afirma que ter cinco anos de formado é um tempo superior ao que o mercado exige de gerentes.

NOVATOS
Para ele, se a formação do aluno na graduação foi mais focada em negócios -economia ou administração de empresas-, ele conseguirá assimilar o conteúdo mesmo sem ter experiência profissional.
"É importante mesclar alunos de diferentes níveis, pode ser bom desafio ter aulas com colegas experientes."
Segundo o Datafolha, poucos fazem MBA em menos de um ano após a formatura (4%) -a idade média dos entrevistados é de 38 anos.
Essa foi a tática do economista Ricardo Khan, 37, que concluiu a graduação em 2006 e partiu para o MBA executivo no Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa). "Não me senti prejudicado por ser recém-formado. Já atuava como empreendedor desde os 18 anos, não quis perder tempo. Tive oportunidade de fazer trabalhos em grupo com presidentes de grandes empresas", conta.
Paulo Mattos de Lemos, 67, superintendente da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas), crê que uma turma mais madura discuta com mais propriedade casos propostos por professores. "O aluno deve contribuir com o grupo."


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