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Missão acha difícil convencer Taleban
DA REDAÇÃO
Integrantes da delegação de autoridades paquistanesas enviada
ao Afeganistão consideram "mínimas" as chances de o Taleban
entregar Osama bin Laden, apontado pelos Estados Unidos como
principal suspeito dos atentados
de terça-feira passada.
Depois de oito horas de conversações em Kandahar, cidade onde
vivem os principais líderes do
grupo que controla o país, os enviados se declararam "extremamente desencorajados" pelas
condições que teriam sido impostas para a extradição.
Apesar do ceticismo das declarações, a delegação decidiu permanecer no Afeganistão e retomar hoje os encontros, o que foi
interpretado como sinal de uma
possível reviravolta.
O líder supremo do Taleban,
mullah Mohamad Omar, teria feito três exigências para entregar o
terrorista: que "evidências convincentes" de seu envolvimento
nos ataques sejam apresentadas
ao conselho legislativo do Taleban; que a rendição seja aprovada
pela Organização da Conferência
Islâmica, entidade que reúne 56
países; e que, se Bin Laden for levado a julgamento fora do Afeganistão, pelo menos um de seus
juízes seja muçulmano.
Em sua virtual impossibilidade
de aceitação pelos americanos, a
lista lembra a que foi apresentada
por Saddam Hussein para deixar
o Kuait pouco antes da Guerra do
Golfo, em 1991.
Depois de receber os representantes do Paquistão, Omar afirmou que tudo dependerá da reunião, hoje, do conselho de religiosos. "Eles decidirão", disse o mullah em pronunciamento transmitido pela rádio oficial.
A missão enviada a Kandahar
avisou ao Taleban que a entrega
de Bin Laden "em poucos dias"
seria a única forma de evitar um
ataque que terá como alvo não
apenas o terrorista mas também o
grupo, no poder desde 1996.
Pressionado pelos EUA a levar a
mensagem, o Paquistão está em
posição difícil para confrontar o
vizinho. É um dos únicos três países a reconhecer o governo do Taleban, que tem o apoio de parte
expressiva da população paquistanesa (leia texto na página 2).
O Afeganistão já teria enviado
um grande arsenal de armas, incluindo mísseis de fabricação russa Scud, e até 25 mil homens à
fronteira com o Paquistão.
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