São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prefeito deixa Chuí em busca de refúgio
Valdir Friolin/"Agência RBS"
O prefeito de Chuí, Mohamad Jomaa (à dir.), do PFL, durante encontro com representantes da comunidade árabe de sua cidade


LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O prefeito de Chuí (RS), Mohamad Jomaa (PFL), decidiu sair da cidade fronteiriça por alguns dias, por razões de segurança. Hoje ele irá para Porto Alegre e, de lá, para uma localidade que está sendo mantida sob sigilo.
Apontado em um relatório da Polícia Federal como suposto contato do terrorista Osama bin Laden no Brasil, Jomaa disse que teme ser preso no Uruguai.
Na última sexta-feira, o jornal "El País", do Uruguai, informou, citando "uma fonte de inteligência", que Jomaa seria detido automaticamente se entrasse no país.
O motivo seria a suposta apresentação de documentos falsos quando o prefeito tirou uma carteira de identidade no Uruguai.
Jomaa não foi informado disso oficialmente, e a própria polícia uruguaia não confirma a informação, mas o prefeito não quer mais cruzar a fronteira. A cidade de Chuy, no Uruguai, é separada de Chuí por apenas uma avenida.
"Fui cortar o cabelo e tomar um café, agora não vou mais até lá. Não posso mais me expor", disse o prefeito, que será substituído pelo vice-prefeito, Hamilton Silvério Lima (PFL).
"Sumirei por uns três dias. Deixo meu filho com meus pais e espero a poeira baixar. Serei localizável para prestar qualquer depoimento, para o Legislativo ou para a Polícia Federal. É meu interesse falar logo. Não aguento mais o assédio. Não fiz nada, isso já está ridículo."
Anteontem, enquanto estava em um café e cortava o cabelo em Chuy, um suposto jornalista quis entrevistá-lo. Como estava armado, a entrevista foi cancelada. Jomaa, então, retornou ao município brasileiro.

Foz do Iguaçu
O deputado estadual Sérgio Spada (PSDB) disse ontem que pedirá aos deputados federais de origem árabe para irem a Foz do Iguaçu por causa do "clima de mal-estar contra os árabes".
"A comunidade árabe de Foz está estabelecida há muito tempo aqui. Não pode ser comparada com o movimento Taleban", afirmou o parlamentar.


Texto Anterior: Governo diz que não há indícios de ação no país
Próximo Texto: País deve evitar "maniqueísmo dos EUA", afirma coordenador da ESG
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.