Ainda influenciados por mitos sobre alimentação, atletas buscam ajuda científica para investir em uma nutrição cada vez mais direcionada para as necessidades de suas modalidades

ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Comer bastante carboidrato engorda, muita carne ajuda a aumentar os músculos, pular refeições é um santo remédio para perder quilos, encher-se de suplementos repõe todas as energias.
Os mitos que envolvem a alimentação são variados e difundidos. Nem quem usa a saúde do corpo como ferramenta de trabalho está imune a eles. A elite esportiva do Brasil também sofre com problemas à mesa. Por falta de orientação, recursos e disciplina, muitos atletas não seguem padrões corretos de nutrição e levam o corpo ao limite. Sem energia, perdem medalhas e saúde.
"Eles não conseguem as calorias necessárias para repor os gastos que a atividade promove, têm baixa no sistema imunológico, dificuldade para se recuperar de processos inflamatórios. Há um déficit de conhecimento sobre nutrição. Os atletas não fazem a coisa certa porque não sabem", comenta a nutricionista Mirtes Stancanelli, pesquisadora da Unicamp.
Rosângela Conceição, atleta da luta livre, por exemplo, mantém dieta balanceada até a semana antes das competições. Depois disso, a lutadora abusa mais das proteínas (carnes). De acordo com especialistas, a iniciativa pode não surtir resultados, já que o corpo precisa de tempo para se adaptar.
Muitos atletas que vão ao Pan, porém, alimentam-se de maneira errada o tempo todo. "Encontramos vários que tinham dieta rica em proteína porque acreditam que essa é a única fonte de energia", conta Nabil Ghorayeb, do Instituto do Coração de São Paulo. O médico fez exames em 300 competidores que irão aos Jogos. Segundo Ghorayeb, 7,6% apresentaram colesterol alto.


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