São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pan - Rio 2007

Menu variado

Definição de cardápio balanceado muda de acordo com as necessidades de cada esporte e exige dos atletas alimentação que varia de pequenas porções a explosão de calorias

DA REPORTAGEM LOCAL

No Pan de Winnipeg-1999, uma atleta chamou atenção no salto com vara. Quando Fabiana Murer surgia na TV, sua silhueta logo era notada.
"As pessoas perguntavam: quem é aquela gordinha? O engraçado é que naquela época comia menos que hoje", lembra a saltadora, uma dos 11 atletas cuja preparação para o Pan é acompanhada pela Folha.
Desde então, Fabiana perdeu dez quilos _está com 56 kg_, ficou mais esguia, ganhou leveza, precisão nos movimentos e centímetros em suas marcas.
"Cada esporte pede um biótipo e uma alimentação diferente", afirma a nutricionista Mirtes Stancanelli, da Unicamp.
Fernando Saraiva é um exemplo disso. Ele precisa ingerir muitas calorias para repor a energia consumida nos treinos de levantamento de peso. Além de comer quantidades maiores, está liberado também para ingerir mais gordura, fonte de energia eficiente para ele.
"Não existe restrição no meu cardápio. Minha dieta tem muita proteína, peixe, carne vermelha e frango. Posso comer de tudo, frutas, saladas e até chocolates e essas porcarias cheias de gordura trans", diz. O objetivo de Fernando está correto. As opções é que deveriam ser mudadas, segundo especialistas em nutrição.
"O esporte exige grande aporte de calorias. Ele pode até ser mais liberado em relação às guloseimas. Mas isso não pode ser a base da alimentação. Poderia buscar alternativas mais saudáveis, como castanhas e óleos vegetais", afirma Mirtes.
Fernando sofre com a balança às vésperas das competições. Geralmente tem de perder quatro quilos para atingir os 94 kg, limite de sua categoria. O problema é comum também em atletas de lutas. O boxeador Myke Carvalho sua mais a camisa às vésperas do combate para perder de um a dois quilos e atingir 64 kg. Danielle Zangrando, 27, conseguiu se livrar das longas corridas para perder peso antes das lutas graças a uma dieta balanceada e à experiência.
"De 1994 a 1999, eu tinha de perder cinco quilos para lutar. Fazia corridas extras. Hoje, já mais velha, não teria saúde para agüentar isso. Trabalho com um nutrólogo, como de três em três horas e não me privo de nada. Nem uso suplementos alimentares. Tudo que eu preciso sai dos alimentos", afirma a judoca da categoria até 57 kg.
Janice Teixeira também transformou sua carreira graças a uma boa alimentação. A atiradora perdeu nove quilos.
"O Pan será em um lugar quente, e a nutricionista me orientou a perder peso. Quanto mais leve eu for, mais fácil é suportar o peso da arma durante o dia todo", diz a atiradora.
"No auge da competição, quando a perna treme e o coração está na boca, é o físico que te sustenta. Hoje como mais do que antes, só que em pequenas porções várias vezes ao dia", conta ela, agora com 76 kg. Seu companheiro de equipe, Rodrigo Bastos, tem 100 kg.
"O atleta precisa adequar a quantidade de calorias que ingere ao seu exercício. Se come apenas duas vezes ao dia, não tem nem como começar a repor o que gasta. A base da alimentação são frutas, verduras e legumes", ensina Mirtes.


Texto Anterior: Geração de resultados
Próximo Texto: Comer fora de casa pode ser armadilha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.