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Gastos começam
a perder fôlego a
partir de 1997
ADRIANA MATTOS
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos primeiros anos do governo tucano, 11,7 milhões
de brasileiros saíram das
classes de menor poder
aquisitivo e subiram um degrau na escala social. O consumo de produtos supérfluos disparou. As vendas de
amaciantes de roupa subiram 374%; requeijão, 284%,
e cremes e loções, 183%. A
renda média do trabalhador
pulou de R$ 769, em 1992,
para R$ 1.098, em 1996, o
melhor ano.
Tamanha bonança, porém, não perdurou. O consumo começou a perder fôlego a partir de 1997 e a renda, a encolher. O soluço inflacionário no final de 2002
só complicou mais o cenário. A subida de preços passou a "comer" parte da renda de forma gradativa. Em
setembro de 2002, o valor
médio da renda ficou em R$
800, um dos patamares mais
baixos nos anos do real.
Com menos recursos no
bolso, o brasileiro passou a
consumir com limites e a
trocar produtos: só adquire
o que é essencial e barato.
Com isso, o faturamento real
do varejo paulista deve crescer só 1,2% em 2002.
O freio nas compras, a retração da renda e o desemprego, que se mantém elevado, quebraram o encanto do
início do Plano Real. Ainda
assim, o país, na análise de
especialistas ouvidos pela
Folha, está numa situação
mais confortável do que há
oito anos.
Houve o fim da elevada inflação que o país vivia no início dos anos 90 -em 1993, o IGP-DI bateu em 2.708%-
além de um incremento da
renda e aumento da competitividade das empresas.
De meados de 1994 ao início de 1995, os empréstimos
aos brasileiros, para compras no mercado, subiram
de R$ 3 bilhões para R$ 26
bilhões. Os gastos com bens
de consumo final, como carros, vestuários e eletrodomésticos saltaram de US$
5,5 bilhões em 1994 para US$
10,7 bilhões em 1995.
A queda no consumo só
ocorreu a partir de 1997,
com a alta inadimplência. E
depois com a queda na renda e o desemprego.
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