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Código de Conduta prevê quarentena
da Sucursal de Brasília
Os conflitos de interesses entre a
área pública e a privada são os
principais alvos da proposta de
Código de Conduta dos Titulares
de Cargos na Alta Administração
Federal, encaminhado em 98 à Casa Civil e até agora não aprovado.
Quarentena e acompanhamento
rigoroso da evolução patrimonial
dos dirigentes públicos são alguns
dos 43 artigos do projeto, do Conselho de Reforma do Estado.
O ex-ministro Mailson da Nóbrega, que presidia o conselho,
acredita que grande parte dos problemas enfrentados pelo Banco
Central recentemente decorrem da
falta de regras que estabeleçam limites claros entre interesses públicos e privados. "Tudo o que está
acontecendo poderia ser evitado se
existissem regras claras para a conduta do servidor quando ele está
no governo e quando sai dele."
O texto encaminhado ao Executivo prevê um "período de interdição" de um ano para quem deixa
cargos de comando do governo
-a chamada quarentena.
O código proíbe o servidor de
"aceitar cargo de administrador ou
conselheiro ou estabelecer vínculo
de emprego ou de prestação de serviços com pessoa física ou jurídica
com a qual tenha mantido relacionamento direto e relevante no ano
imediatamente anterior à sua saída do cargo". Outra providência
do código é explicitar e detalhar
princípios que regem a administração pública, como a impessoalidade e a moralidade.
A proposta prevê ainda que o
funcionário relacione seus bens
que podem ser valorizados em razão do cargo que ocupará. Se for
indicado para a presidência da Comissão de Valores Mobiliários, por
exemplo, deverá informar se possui ações de companhias abertas.
Qualquer alteração no valor dos
bens deve ser imediatamente comunicada à CCPE (Comissão Consultiva de Ética Pública), responsável pela aplicação do código.
O funcionário deverá indicar
também como evitará o conflito
entre seus interesses privados e o
exercício da função pública.
Se aprovado, o código terá basicamente um efeito de caráter moral sobre os servidores, em razão
de sua fraca força punitiva. Os que
descumprirem suas determinações estarão sujeitos às penas de
advertência e demissão.
Uma questão burocrática vai
atrasar a votação no plenário da
Câmara dos Deputados do projeto
que estabelece quarentena para os
dirigentes do BC, aprovado na comissão de Finanças e Tributação
da Casa.
A proposta foi enviada para a comissão especial que regulamentará o capítulo do sistema financeiro
da Constituição, sem previsão de
conclusão. O projeto terá de esperar toda a discussão que envolve o
artigo 192 da Constituição.
O projeto proíbe que o presidente e os diretores do BC exerçam atividades em instituições privadas
ligadas ao sistema financeiro nos
12 meses seguintes à saída do cargo. Os ex-dirigentes não poderão
comprar ações, cotas ou títulos de
capital em empresas do sistema financeiro no período de 12 meses,
contados a partir da data da exoneração ou demissão.
Estão excluídos o atual presidente e os atuais diretores do BC.
(CT e DM)
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