São Paulo, quinta, 23 de outubro de 1997.



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TEM DE SABER - História
Revolução Mexicana não terminou

ROBERTO NASSER
especial para a Folha

A origem da Revolução Mexicana, de 1910, é explicada pela existência de uma injusta ordem política, econômica e social, herança colonial espanhola ao México independente. Essas injustiças se desenvolveram ainda mais durante os governos do presidente Porfírio Díaz (1877-1911).
Em 1910 Díaz marcou eleições presidenciais, tendo como opositor Francisco Madero.
O confronto entre os dois desencadeou a Revolução Mexicana, a primeira grande revolução latino-americana pós-independência. De movimento de contestação política, a revolução se transformou numa luta social, nacionalista, antilatifundiária e popular. Os camponeses entraram na luta contra Porfírio Díaz, liderados por homens como Pancho Villa e Emiliano Zapata.
Em 1911 Madero assumiu o poder, e Zapata lançou o Plano Ayala, declarando que só deporia as armas quando fossem devolvidas aos índios e aos camponeses as terras tomadas pelos latifundiários.
Porém foi no governo de Lázaro Cárdenas (1934-1940), por meio de um Estado populista, que a Revolução Mexicana conseguiu seus melhores resultados sociais. Hoje, a Revolução Mexicana e seus ideais estão mais presentes nos murais de Orozco, Siqueiros e Diego Rivera do que na vida do povo mexicano, pois ainda hoje é um projeto inacabado.
Aqueles que não acreditam nisso são os mesmos que foram surpreendidos no dia 1º de janeiro de 1994, quando o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), liderado pelo subcomandante Marcos, surgiu exigindo justiça social.


Roberto Nasser é professor de história do Colégio Bandeirantes.



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