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TEM DE SABER - História
Revolução Mexicana não terminou
ROBERTO NASSER
especial para a Folha
A origem da Revolução Mexicana, de 1910, é explicada pela
existência de uma injusta ordem
política, econômica e social, herança colonial espanhola ao México independente. Essas injustiças se desenvolveram ainda mais
durante os governos do presidente Porfírio Díaz (1877-1911).
Em 1910 Díaz marcou eleições
presidenciais, tendo como opositor Francisco Madero.
O confronto entre os dois desencadeou a Revolução Mexicana, a primeira grande revolução
latino-americana pós-independência. De movimento de contestação política, a revolução se
transformou numa luta social,
nacionalista, antilatifundiária e
popular. Os camponeses entraram na luta contra Porfírio Díaz,
liderados por homens como
Pancho Villa e Emiliano Zapata.
Em 1911 Madero assumiu o poder, e Zapata lançou o Plano
Ayala, declarando que só deporia as armas quando fossem devolvidas aos índios e aos camponeses as terras tomadas pelos latifundiários.
Porém foi no governo de Lázaro Cárdenas (1934-1940), por
meio de um Estado populista,
que a Revolução Mexicana conseguiu seus melhores resultados
sociais. Hoje, a Revolução Mexicana e seus ideais estão mais presentes nos murais de Orozco, Siqueiros e Diego Rivera do que na
vida do povo mexicano, pois ainda hoje é um projeto inacabado.
Aqueles que não acreditam
nisso são os mesmos que foram
surpreendidos no dia 1º de janeiro de 1994, quando o EZLN
(Exército Zapatista de Libertação Nacional), liderado pelo
subcomandante Marcos, surgiu
exigindo justiça social.
Roberto Nasser é professor de história do
Colégio Bandeirantes.
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