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COMBATE
Guerrilha diz ter conquistado cidades ao norte; EUA afirmam que sua mobilização é mundial
Grupo anti-Taleban relata avanço
KENNEDY ALENCAR
ENVIADO ESPECIAL A PESHAWAR
A Aliança do Norte, movimento afegão que combate o Taleban,
afirmou ontem que conquistou
cidades no Afeganistão, ao mesmo tempo em que os Estados
Unidos aumentaram sua presença militar na região, enviando
equipamento para o Uzbequistão
e planejando para depois de amanhã a chegada de bombardeiros
B-52 a uma base aérea em Quetta,
no oeste do Paquistão.
Quetta é a cidade paquistanesa
mais próxima do sudeste afegão,
onde supostamente Osama Bin
Laden tem suas bases de treinamento de terroristas. Quetta seria
um importante ponto de apoio
para ataques militares rápidos a
supostos esconderijos de Bin Laden, cujo paradeiro o Taleban disse ontem desconhecer. Candahar,
cidade afegã onde se concentra a
cúpula do Taleban, também fica
próxima a Quetta.
Se confirmados os avanços das
forças de oposição ao Taleban, o
regime de Cabul aumentará o seu
isolamento. Nos últimos três dias,
os rebeldes atacaram forças do
governo afegão, segundo Abdullah Abdullah, ministro das Relações Exteriores do governo que
foi derrubado pelo Taleban em
1996. A ONU (Organização das
Nações Unidas) reconhece como
legítimo o governo afegão representando por Abdullah.
Segundo Abdullah, foram conquistadas as pequenas cidades de
Shulgar e Lawlash, pontos que
permitiriam lançar uma ofensiva
em breve contra Mazar-i-Sharif,
uma estratégica cidade no norte
do Afeganistão que já pertenceu
aos rebeldes e agora está sob controle do Taleban.
"É uma grande vitória que, em
três dias, uma grande área tenha
sido tomada e muitos soldados do
Taleban tenham sido mortos",
disse Abdullah.
Movimentações militares dos
EUA nos países que têm fronteira
com o norte do Afeganistão, como o Uzbequistão e o Tadjiquistão, deverão permitir um reforço
das posições da Aliança do Norte.
Os guerrilheiros que se opõem ao
Taleban esperam receber ajuda
militar americana.
As ações que culminaram nas
conquistas divulgadas ontem pela
Aliança Norte teriam sido planejadas antes dos atentados de 11 de
setembro a Nova York e Washington. Os rebeldes pretendem
argumentar com os Estados Unidos que, se quiserem derrotar o
regime do Taleban, terão de se
aliar a eles, os únicos que combatem em território afegão.
Posicionamento
Os Estados Unidos estão posicionando seu contingente em várias partes do mundo, e não apenas ao redor do Afeganistão, afirmou o secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld.
Segundo o funcionário dos
EUA, a ação norte-americana não
será focada somente no Afeganistão. "Esse é um problema mundial, pois envolve amplas rede de
terroristas", disse.
Rumsfeld acrescentou que a organização de Bin Laden, a Al Qaeda, opera em pelo menos 60 países e, além disso, não é a única
existente no mundo.
Segundo o secretário da Defesa,
essa não será uma operação militar rápida. Tampouco será apenas
militar. Haverá esforços diplomáticos e financeiros em diversos
países.
A mobilização militar norte-americana é maior desde a Guerra
do Golfo, em 1991.
Com agências internacionais
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