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Saqueadores buscam "tesouros" nos escombros
DE NOVA YORK
Demorou dois fins de semana,
mas os saqueadores finalmente
descobriram os escombros do
World Trade Center. Segundo o
chefe de polícia de Nova York,
Bernard Kerik, pelo menos dez
pessoas foram presas acusadas de
estarem com objetos retirados do
chamado "ponto zero".
Não são mais os colecionadores
de lembranças dos primeiros
dias, que se contentavam em levar
pedaços do concreto que erguia as
duas torres. Na sexta-feira, dois
homens foram presos com dois
relógios no valor de US$ 3,5 mil,
roubados da Tourneau Watch
Gear, uma das lojas que ficava no
subsolo do complexo. Um deles é
um ex-policial.
Há ainda relatos feitos por soldados da Guarda Nacional de supermercados próximos às estações de metrô que foram roubados e uma caixa registradora de
uma das farmácias que teve sua
gaveta de dinheiro forçada.
Segundo o chefe de polícia da cidade, a segurança nas ruas que
dão acesso aos escombros foi reforçada, assim como a das estações de metrô cujos túneis de pedestres poderiam levar ao subsolo
do World Trade Center.
Por algum motivo, parte dos
subterrâneos não sofreu a ação do
fogo e da água, nem mesmo da
queda dos prédios. De acordo
com soldados que passaram por
lá, o aspecto destes lugares é de
ruínas de uma cidade antiga, pelo
silêncio e quantidade de poeira. É
por isso também que os saqueadores estão sendo chamados de
"violadores de tumbas".
Ouro e prata
Era de se esperar. Além das lojas,
há pelo menos 11,8 toneladas de
ouro e 935,7 toneladas de prata
guardados em cofres localizados
em algum lugar do subsolo da torre 4 do WTC. Pertencem a investidores do Scotia Mocatta, a divisão
de metais do Bank of Nova Scotia,
e valem algo entre US$ 240 milhões e US$ 250 milhões.
Os escritórios das duas torres
também contavam com dezenas
de obras de arte assinadas por nomes como Joan Miró, Alexander
Calder e Roy Lichtenstein, num
total avaliado pela polícia em US$
10 milhões.
Uma obra de Nevelson foi retirada intacta e partes da escultura
"Modern Head", de Lichtenstein,
foram mostradas na TV.
Uma das obras virou um memorial improvisado das equipes
de resgate. Trata-se dos restos de
"Double Check", uma escultura
de bronze feita por J. Seward
Johnson Jr. de um executivo
olhando o interior de sua pasta.
Esta ainda não foi roubada.
(SD)
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