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Irmão de Bin Laden é cônsul honorário do Brasil
DO "AGORA"
O cônsul honorário do Brasil
em Jidda (Arábia Saudita) é irmão
do líder terrorista Osama bin Laden, acusado pelos EUA de planejar os ataques do último dia 11 em
Nova York e Washington.
O empresário saudita Khalil
Mohamed bin Laden, que ocupa
o cargo desde 1988, é casado com
a brasileira Isabel Cristina Bayma.
Procurada ontem pelo "Agora",
Isabel não quis dar entrevista.
"Por favor, eu já disse que não podemos falar nada sobre o caso.
Procurem os advogados da família, em Nova York", disse.
Segundo Isabel, ninguém na família está autorizado a falar sobre
Osama. "Aqui na Arábia está tudo
calmo, a situação está fogo é nos
Estados Unidos", disse ela, por telefone, de Jidda. Seu marido também está na cidade.
A família de Khalil é dona da
SBG -Saudi Binladin Group-
empresa com um patrimônio de
U$ 5 bilhões que atua nos ramos
de construção, telecomunicações
e informática, entre outros, e possui escritórios nos Estados Unidos, França, Inglaterra e Suíça.
O conglomerado foi criado pelo
patriarca Mohamed bin Laden,
que deixou o império para seus 52
filhos. Osama teria trabalhado na
empresa pela última vez em 89,
antes de romper com a família.
O irmão Khalil é empresário, e,
aparentemente, não se dá bem
com o irmão terrorista. Em entrevista à revista "Veja", desta semana, o diplomata Luiz Villarinho
Pedroso lembra que ele considerava Osama bin Laden "um louco,
fanático religioso".
Pedroso disse também que
Khalil é conhecido por sua gentileza. Na guerra do Golfo, o empresário ofereceu navios de sua empresa para que os brasileiros deixassem o Oriente Médio.
Na embaixada informal que
mantém em Jidda, segundo a revista, Khalil teria uma bandeira
do Brasil permanentemente hasteada. O irmão do terrorista ganhou o título de cônsul na época
em que o senador José Sarney era
presidente. Bem relacionado com
o Brasil, em 1998 Khalil foi condecorado com a Ordem do Rio
Branco.
O empresário teria negócios nos
Estados Unidos para onde viajaria com frequência. Lá, conheceu
Isabel, uma maranhense nascida
em Codó, que passou grande parte da vida no exterior.
A brasileira, apesar de entender
bem o português, tem dificuldades com a língua. Com a voz segura, é ela quem filtra as ligações para o marido, nos últimos dias, incomunicável.
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