São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2001

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Irmão de Bin Laden é cônsul honorário do Brasil

DO "AGORA"

O cônsul honorário do Brasil em Jidda (Arábia Saudita) é irmão do líder terrorista Osama bin Laden, acusado pelos EUA de planejar os ataques do último dia 11 em Nova York e Washington.
O empresário saudita Khalil Mohamed bin Laden, que ocupa o cargo desde 1988, é casado com a brasileira Isabel Cristina Bayma.
Procurada ontem pelo "Agora", Isabel não quis dar entrevista. "Por favor, eu já disse que não podemos falar nada sobre o caso. Procurem os advogados da família, em Nova York", disse.
Segundo Isabel, ninguém na família está autorizado a falar sobre Osama. "Aqui na Arábia está tudo calmo, a situação está fogo é nos Estados Unidos", disse ela, por telefone, de Jidda. Seu marido também está na cidade.
A família de Khalil é dona da SBG -Saudi Binladin Group- empresa com um patrimônio de U$ 5 bilhões que atua nos ramos de construção, telecomunicações e informática, entre outros, e possui escritórios nos Estados Unidos, França, Inglaterra e Suíça.
O conglomerado foi criado pelo patriarca Mohamed bin Laden, que deixou o império para seus 52 filhos. Osama teria trabalhado na empresa pela última vez em 89, antes de romper com a família.
O irmão Khalil é empresário, e, aparentemente, não se dá bem com o irmão terrorista. Em entrevista à revista "Veja", desta semana, o diplomata Luiz Villarinho Pedroso lembra que ele considerava Osama bin Laden "um louco, fanático religioso".
Pedroso disse também que Khalil é conhecido por sua gentileza. Na guerra do Golfo, o empresário ofereceu navios de sua empresa para que os brasileiros deixassem o Oriente Médio.
Na embaixada informal que mantém em Jidda, segundo a revista, Khalil teria uma bandeira do Brasil permanentemente hasteada. O irmão do terrorista ganhou o título de cônsul na época em que o senador José Sarney era presidente. Bem relacionado com o Brasil, em 1998 Khalil foi condecorado com a Ordem do Rio Branco.
O empresário teria negócios nos Estados Unidos para onde viajaria com frequência. Lá, conheceu Isabel, uma maranhense nascida em Codó, que passou grande parte da vida no exterior.
A brasileira, apesar de entender bem o português, tem dificuldades com a língua. Com a voz segura, é ela quem filtra as ligações para o marido, nos últimos dias, incomunicável.


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