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Israel quer encontro Peres-Arafat
DA REDAÇÃO
Após ter vetado a realização da
reunião entre o ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon
Peres, e o líder palestino Iasser
Arafat, prevista para acontecer
ontem, o premiê israelense, Ariel
Sharon, afirmou que ela ainda deverá ocorrer desde que "a tranquilidade prossiga".
Em discurso transmitido pela
TV pública de Israel, Sharon exigiu trégua de 48 horas como condição prévia. "Parece-me que os
palestinos decidiram atuar nesse
sentido." O secretário de Estado
dos EUA, Colin Powell, teria conversado ontem, por telefone, com
Sharon e Peres. O cancelamento
das conversações entre Israel e
palestinos significaria um obstáculo a mais para o plano dos EUA
de realizar coalizão para combate
ao terrorismo.
Também teria pesado na decisão de Sharon de voltar atrás a
ameaça que Peres teria feito de
que seu partido abandonaria a
coalizão governamental. Ontem à
noite, Peres afirmou que pensa
em retirar-se da vida pública, decepcionado após Sharon ter vetado seu encontro com Arafat.
Em seu discurso, o premiê de Israel também criticou Arafat por
"não ter cumprido a promessa de
não recorrer à violência, conforme previam os acordos de Oslo"
sobre a autonomia palestina, concluídos em 1993. Sharon também
expressou apoio aos EUA.
Sharon havia cancelado a reunião entre Peres e Arafat depois
que Isahi, líder do Shas (Partido
Nacional Religioso), ter ameaçado abandonar a coalizão.
O ministro do gabinete palestino, Iasser Abed Rabbo, qualificara a decisão de "irresponsável" e
se queixara de que os palestinos
não foram informados oficialmente da suspensão da reunião.
Raanan Guissin, porta-voz de
Sharon, afirmou que "depende de
Arafat" para haver reunião.
Para o secretário de gabinete de
Sharon, Guideon Saar, o premiê
dissera que uma reunião de alto
nível com Arafat não seria apropriada agora, já que prosseguiam
atos de violência de palestinos.
Realizar a reunião, disse Saar, seria "legitimar o terrorismo".
Saar também criticara palestinos por terem libertado, pouco
depois de o terem preso Atef
Abayyat, o líder da milícia palestina Tanzim, o braço armado do
Fatah -movimento político do
líder palestino Iasser Arafat.
Abayyat é acusado de ser o responsável por um tiroteio ocorrido
na última quinta, que deixou uma
vítima. O porta-voz de Sharon
também havia condicionado a
realização da reunião à prisão de
Abayyat e a outras medidas significativas contra a violência.
O ministro palestino da Planificação, Nabil Shaath, disse que os
israelenses devem explicar os motivos para desperdiçar oportunidade para ter o caminho da paz.
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