São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2001

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Israel quer encontro Peres-Arafat

DA REDAÇÃO

Após ter vetado a realização da reunião entre o ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, e o líder palestino Iasser Arafat, prevista para acontecer ontem, o premiê israelense, Ariel Sharon, afirmou que ela ainda deverá ocorrer desde que "a tranquilidade prossiga".
Em discurso transmitido pela TV pública de Israel, Sharon exigiu trégua de 48 horas como condição prévia. "Parece-me que os palestinos decidiram atuar nesse sentido." O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, teria conversado ontem, por telefone, com Sharon e Peres. O cancelamento das conversações entre Israel e palestinos significaria um obstáculo a mais para o plano dos EUA de realizar coalizão para combate ao terrorismo.
Também teria pesado na decisão de Sharon de voltar atrás a ameaça que Peres teria feito de que seu partido abandonaria a coalizão governamental. Ontem à noite, Peres afirmou que pensa em retirar-se da vida pública, decepcionado após Sharon ter vetado seu encontro com Arafat.
Em seu discurso, o premiê de Israel também criticou Arafat por "não ter cumprido a promessa de não recorrer à violência, conforme previam os acordos de Oslo" sobre a autonomia palestina, concluídos em 1993. Sharon também expressou apoio aos EUA.
Sharon havia cancelado a reunião entre Peres e Arafat depois que Isahi, líder do Shas (Partido Nacional Religioso), ter ameaçado abandonar a coalizão.
O ministro do gabinete palestino, Iasser Abed Rabbo, qualificara a decisão de "irresponsável" e se queixara de que os palestinos não foram informados oficialmente da suspensão da reunião.
Raanan Guissin, porta-voz de Sharon, afirmou que "depende de Arafat" para haver reunião.
Para o secretário de gabinete de Sharon, Guideon Saar, o premiê dissera que uma reunião de alto nível com Arafat não seria apropriada agora, já que prosseguiam atos de violência de palestinos. Realizar a reunião, disse Saar, seria "legitimar o terrorismo".
Saar também criticara palestinos por terem libertado, pouco depois de o terem preso Atef Abayyat, o líder da milícia palestina Tanzim, o braço armado do Fatah -movimento político do líder palestino Iasser Arafat.
Abayyat é acusado de ser o responsável por um tiroteio ocorrido na última quinta, que deixou uma vítima. O porta-voz de Sharon também havia condicionado a realização da reunião à prisão de Abayyat e a outras medidas significativas contra a violência.
O ministro palestino da Planificação, Nabil Shaath, disse que os israelenses devem explicar os motivos para desperdiçar oportunidade para ter o caminho da paz.



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