São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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Mentor nega pacto entre Marta e Maluf

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da CPI Mista do Banestado, deputado federal José Mentor (PT-SP), negou que haja um acordo de não-agressão entre os candidatos Paulo Maluf (PP) e Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo. Ele negou que haja relação entre esse pacto e a não-convocação do ex-prefeito paulistano para depor na comissão.
Conforme a Folha noticiou, Maluf e o PT fizeram um acerto pelo qual o candidato do PP concentraria seus ataques no candidato tucano à prefeitura, José Serra. Foi o que Maluf fez durante todo o seu programa no horário eleitoral gratuito de anteontem.
A contrapartida desse trato, por parte do PT, é proteger Maluf, dentro dos limites legais, na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado. As duas partes negam a existência do acordo.
Existe na CPI um requerimento para convocar Maluf para depor a respeito de suposto envio ilegal de dinheiro para o exterior, mas José Mentor impediu a votação desse pedido. Documentos da Suíça creditam à família Maluf movimentação de pelo menos US$ 200 milhões. "Eu não tenho motivo para convocá-lo", declarou ontem o relator da CPI.
"Por que eu iria convidá-lo a depor? Onde estão os indícios [de evasão de divisas]? Na CPI não há. Eu convoco as pessoas quando há indícios ou provas. Os documentos que vieram da Suíça não chegaram à CPI ainda. A imprensa e o Ministério Público fizeram o papel deles, mas eu não posso interrogá-lo com a página da Folha de S.Paulo", disse o relator, para quem relacionar a campanha paulista à CPI é um "absurdo".
Segundo o relator, os documentos foram pedidos ao Ministério Público em 31 de março e até agora não foram recebidos. "O Ministério da Justiça enviou uma carta dizendo que não podia remeter [os documentos] e o Ministério Público não respondeu, que eu tenha conhecimento", disse ele.
Para Mentor, a estratégia de Maluf de atacar Serra deve-se ao fato do candidato do PP ter perdido votos para o tucano.


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