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ESTRATÉGIA
Diretores do banco brasileiro estão registrados como acionistas
Bozano cria 5 empresas para disputar a Telebrás
ELVIRA LOBATO
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
O Banco Bozano, Simonsen
constituiu cinco empresas para
disputar o leilão de privatização
do Sistema Telebrás, que acontecerá na próxima quarta-feira, dia
29, na Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro.
O Bozano pode estar concentrando as empresas nacionais que,
segundo o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de
Barros, irão surpreender no leilão
na semana que vem (leia texto na
página ao lado).
Em pesquisa na Junta Comercial
do Rio de Janeiro, a Folha constatou que as empresas Argentum,
Coliseu, Genova, Milano e Perigeu
S/A estão registradas em nome de
diretores do Bozano.
O banco inscreveu as cinco empresas para o leilão na última
quarta-feira. Os dados disponíveis
na Junta mostram que o processo
foi feito em cima da hora.
Todas tiveram o registro aprovado na véspera do encerramento
do prazo para entrega dos documentos na Câmara de Liquidação
e Custódia da Bolsa de Valores do
Rio de Janeiro.
O Bozano, Simonsen disse que
não dará declaração sobre seus
planos em relação à compra da
Telebrás antes do leilão.
A criação de empresas novas é
uma tática usual dos grandes
compradores para se manterem
incógnitos para atuarem em um
leilão e não aguçar a concorrência,
o que elevaria o ágio.
Os registros da Junta Comercial
revelam mais uma face da estratégia dos italianos para o leilão: na
semana passada, a Stet -braço da
Italia Telecom para o mercado internacional- passou a fazer parte
da desconhecida Solpart Participações.
A Solpart foi constituída pelo
Banco Opportunity para representar o interesse de clientes internacionais no país.
A documentação da Junta confirma, portanto, que os italianos
vão disputar o leilão com mais de
um consórcio, uma vez que eles
também fecharam parceria com as
Organizações Globo e com o Bradesco.
O Banco Pactual também criou
uma empresa de nome exótico
-Romanof S/A- nos últimos
dias para participar do leilão. Nesse caso, porém, é o próprio presidente do Pactual, Luiz Cezar Fernandes, que aparece como acionista da nova empresa.
Bloco espanhol
O bloco espanhol, liderado pela
Telefónica de España, é maior do
que se imaginava e reúne 13 empresas.
A Telepart e a Guaraniana S/A
também integram o bloco, que
tem como sócio nacional o grupo
gaúcho de comunicação RBS, da
família Sirotsky.
A Telefónica -que já controla a
telefônica CRT, do Rio Grande do
Sul, em sociedade com a RBS, a
Portugal Telecom e a espanhola
Iberdrola- é apontada como um
dos competidores mais fortes desse leilão.
Seu alvo principal é a empresa
de telefonia fixa Tele Centro Sul,
mas também disputará empresas
de telefonia celular.
A empreiteira mineira Cowan
-que se apresentou com o nome
Vectra Empreendimento e Participações- disse ontem que concorrerá sozinha e fará propostas
para oito empresas de telefonia
celular.
Segundo informações de mercado, a Macal Investimentos e Participações iria para o leilão em parceria com a telefônica mexicana
Telmex, privatizada em 1990.
É que a Macal pertence ao empresário Antônio Dias Leite Neto,
sócio da Metrophone (telefonia
móvel empresarial), de São Paulo.
O grupo mexicano Carso, principal acionista da Telmex, também
integra o quadro de acionistas da
Metrophone, juntamente com
Credit Suisse First Boston (ex-Garantia).
Outros acionistas
Fariam parte também deste consórcio dois outros acionistas da
Telmex: a France Telecom e a norte-americana SouthWestern Bell,
que se apresentaram para a
pré-qualificação na Bolsa do Rio.
Procuradas, as empresas se negaram a comentar o assunto.
Doze representantes de potenciais compradores do Sistema Telebrás, pelo menos, apareceram
ontem na Bolsa do Rio para entregar documentos que faltavam ou a
composição final do consórcio
que formaram.
Nomes até então incógnitos na
lista dos pré-qualificados ao leilão, divulgada anteontem pela
CLC, começam a emergir como
fortes candidatos ao negócio.
A Aeroreley Communications
and Enterprises foi montada para
a privatização das 12 holdings.
Tem como sócios empresas da
área de telecomunicações do mercado norte-americano e está disposta a entrar, sozinha, na telefonia fixa e móvel, segundo o advogado que a representa no Brasil,
Eduardo Alfred Taleb Boulos.
Prazo ampliado
O prazo para a entrega dos papéis, que expirava às 16h, foi prorrogado por mais duas horas.
Faltando poucos minutos para
as 18h, representantes dos bancos
Opportunity, FonteCindam e Fator chegaram afobados ao prédio
da Bolsa do Rio.
A Italia Telecom também registrou novas empresas na última semana para participar do leilão
(Bittel e Bluetel). Somadas às duas
Stet internacionais e à Solpart, sobe para cinco o número de empresas que poderão representar os
italianos no leilão.
Executivos da France Telecom
foram buscar suas credenciais para circular livremente pela Bolsa,
onde estão com sala reservada.
O Banco Fator, dono da Mercosur, que aparece como uma das
interessadas na lista dos pré-qualificados, também representa a
821 Telecomunicações, composta
por fundos de pensão e bancos.
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