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PRIVATIZAÇÃO
Para Mendonça de Barros, profissionais da Telebrás são atrativo
Telefonia fixa ficará com brasileiros, diz ministro
ANTONIO CARLOS SEIDL
enviado especial a Salvador
Um alto percentual de participação de grupos nacionais na compra das quatro empresas de telefonia fixa da Telebrás (Telesp, Tele
Centro Sul, Tele Norte Leste e Embratel) será a grande surpresa do
leilão de privatização do sistema
de telecomunicações do país,
marcado para quarta, dia 29, às
10h, na Bolsa de Valores do Rio.
Isso foi o que disse o ministro
Luiz Carlos Mendonça de Barros
(Comunicações), ontem, durante
visita à Telebahia, em Salvador. O
ministro afirmou que o leilão irá
adiante conforme o previsto devido à "surpreendente fragilidade
do movimento de oposição".
Para ele, uma alta presença nacional entre os vencedores do leilão é "uma boa notícia" porque
significaria a criação de empresas
brasileiras de telecomunicações, o
que, disse, nunca foi possível por
causa do monopólio estatal.
"Acredito, inclusive, que empresas de telefonia fixa vão ser
compradas somente por grupos
nacionais, sem a participação de
operadores estrangeiros", disse.
Isso acontecerá, declarou, porque os grupos nacionais sabem
que os melhores operadores estão
entre os profissionais da Telebrás.
"Precisamos pegar essa capacidade técnica e gerencial do pessoal
da Telebrás, tirar as amarras legais
e adotar uma administração de
cobrança de resultados."
Barros disse que o governo está
preparado para caçar liminares na
manhã do leilão. "Mas não tem
nada de fantasioso como um exército de advogados. É um trabalho
normal e corriqueiro ao qual se
agregou a atenção de verificar se
há liminares ou processos."
Lançando farpas em direção ao
PT, Barros vê uma "fragilidade da
batalha judicial da oposição".
"Estou surpreso com a fragilidade do movimento da oposição em
relação à privatização da Telebrás." Segundo ele, isso acontece
porque a sociedade não estaria
mobilizada para tanto: "Ao contrário, a sociedade quer resolver
esse problema da concentração de
renda na telefonia".
"Os líderes da oposição tentaram fazer da privatização da Telebrás sua grande mobilização popular com fins eleitoreiros, mas
deram com os burros n'água ou,
como como se diz em Minas Gerais, enfiaram a viola no saco."
Ele criticou a "insistência do
PT" em afirmar que o ex-ministro Sérgio Motta, morto em abril,
tenha dito que o governo arrecadaria cerca de R$ 100 bilhões com
a privatização da Telebrás.
"Isso era uma estimativa do valor total da Telebrás. O ministro
Sérgio Motta disse à Folha, em 22
de dezembro de 96, que, desse total, o governo arrecadaria R$ 15
bilhões, que é o que efetivamente
vamos arrecadar, correspondente
a participação média do Tesouro
de R$ 14,5 bilhões, mais o ágio."
Para ele, a afirmação do PT é populista e usa uma "técnica nazista" -a de lançar uma mentira,
passando a repeti-la sem parar.
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