São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Michael Jackson morre de parada cardíaca nos EUA

Um dos maiores astros da música chegou ontem a hospital da Califórnia em coma profundo, aparentemente sem vida

Causas da morte do músico são incertas; polícia de Los Angeles afirma que vai investigar o caso, mas diz que é procedimento padrão


SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Michael Jackson, o menino de 50 anos que revolucionou a música pop nos anos 80 com seu estilo e voz únicos e chocou o mundo por suas bizarrices na vida pessoal, morreu ontem em Los Angeles, na Califórnia.
A morte foi pronunciada às 14h26 locais (18h26 de Brasília) por médicos do Centro Médico da Universidade da Califórnia (UCLA), aonde ele chegou em coma profundo. Até a conclusão desta edição, não estavam claros os motivos que levaram à parada cardíaca que motivou o pedido de resgate, feito de sua casa às 12h21 locais.
Paramédicos dos bombeiros de Los Angeles o encontraram já sem sinal de pulso ou respiração na residência que alugava em Bel Air. O tempo levado entre o resgate e a entrada no hospital foi de seis minutos. No início da noite, vazou uma foto de Jackson na maca da ambulância, aparentemente já sem vida.
"Médicos tentaram ressuscitar meu irmão por uma hora", disse Jermaine Jackson, no único comunicado oficial da família de músicos. Brian Oxman, advogado ligado aos Jackson, disse que ele teria problemas com uso excessivo de remédios vendidos sob prescrição médica, supostamente por conta da pressão de uma turnê de 50 shows que acabara de anunciar em Londres.
O departamento de homicídios da polícia local abriu investigação sobre a morte, mas o detetive-chefe da força disse que se trata de procedimento padrão em casos com personalidades públicas, e não por suspeita de morte provocada.
Minutos após o anúncio da morte de Jackson ir ao ar no site de celebridades TMZ, o primeiro a dar a notícia, dezenas de fãs já se reuniam na porta do hospital para onde o músico foi levado e em frente à casa que ele alugava desde que pôs à venda o rancho Neverland.
Em Nova Orleans, na Louisiana, fãs tomaram as ruas. No teatro Apollo, no bairro negro do Harlem, em Nova York, dezenas de pessoas cantavam a capela sucessos do músico como "Billie Jean". Em Washington, lojas de CDs viam esgotar rapidamente as cópias disponíveis dos discos do rei do pop.
Jackson foi um dos maiores artistas da música pop do século passado, com 14 músicas em número um nas paradas norte-americanas, incluindo "Beat It", "Billie Jean" e "Black or White". Seu disco "Thriller", de 1982, é considerado o mais vendido da história da música -números variam de 50 milhões a 104 milhões de cópias comercializadas; o "Guinness" aponta 55 milhões de cópias.
Parte do sucesso veio de sua capacidade de atrair plateias negras e brancas, o que o meio musical chama de "crossover". "É quase impossível exagerar o impacto que ele teve na música e na cultura populares", disse Alan Light, ex-editor das revistas "Spin" e "Vibe". "Ele definiu tudo o que o videoclipe poderia ser e personificou o "crossover", unindo música negra e rock."
Apesar disso, a virada do século o viu perder fãs, o que exacerbou seu comportamento errático. Jackson não lançava um álbum de estúdio desde 2001, com "Invincible", que alcançou o topo da parada americana. Iniciaria em 13 de julho uma extensa turnê de 50 apresentações na O2 Arena, em Londres.

Embranquecimento
Nascido em Gary, no Estado de Indiana, Michael Joseph Jackson ganhou fama aos 11 anos, em 1969, ao lado de seus irmãos, no grupo Jackson 5.
A transformação por que passou sua cor de pele desde meados dos anos 1980 motivou os mais diversos rumores.
O cantor enfrentou ainda acusações de que teria abusado de menores. Em julho de 2005, foi inocentado em um julgamento em que era alvo de dez acusações -incluindo a de ter molestado sexualmente um menino de 13 anos.
Estimava-se que suas dívidas chegassem a US$ 200 milhões.
Ele deixa três filhos: Michael Joseph Jackson Jr., Paris Michael Katherine Jackson e Prince Michael Jackson 2º.


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