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Michael Jackson morre de parada cardíaca nos EUA
Um dos maiores astros da música chegou ontem a hospital da Califórnia em coma profundo, aparentemente sem vida
Causas da morte do músico são incertas; polícia de Los Angeles afirma que vai investigar o caso, mas diz que é procedimento padrão
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Michael Jackson, o menino
de 50 anos que revolucionou a
música pop nos anos 80 com
seu estilo e voz únicos e chocou
o mundo por suas bizarrices na
vida pessoal, morreu ontem em
Los Angeles, na Califórnia.
A morte foi pronunciada às
14h26 locais (18h26 de Brasília)
por médicos do Centro Médico
da Universidade da Califórnia
(UCLA), aonde ele chegou em
coma profundo. Até a conclusão desta edição, não estavam
claros os motivos que levaram à
parada cardíaca que motivou o
pedido de resgate, feito de sua
casa às 12h21 locais.
Paramédicos dos bombeiros
de Los Angeles o encontraram
já sem sinal de pulso ou respiração na residência que alugava
em Bel Air. O tempo levado entre o resgate e a entrada no hospital foi de seis minutos. No início da noite, vazou uma foto de
Jackson na maca da ambulância, aparentemente já sem vida.
"Médicos tentaram ressuscitar meu irmão por uma hora",
disse Jermaine Jackson, no
único comunicado oficial da família de músicos. Brian Oxman, advogado ligado aos Jackson, disse que ele teria problemas com uso excessivo de remédios vendidos sob prescrição médica, supostamente por
conta da pressão de uma turnê
de 50 shows que acabara de
anunciar em Londres.
O departamento de homicídios da polícia local abriu investigação sobre a morte, mas o
detetive-chefe da força disse
que se trata de procedimento
padrão em casos com personalidades públicas, e não por suspeita de morte provocada.
Minutos após o anúncio da
morte de Jackson ir ao ar no site de celebridades TMZ, o primeiro a dar a notícia, dezenas
de fãs já se reuniam na porta do
hospital para onde o músico foi
levado e em frente à casa que
ele alugava desde que pôs à
venda o rancho Neverland.
Em Nova Orleans, na Louisiana, fãs tomaram as ruas. No
teatro Apollo, no bairro negro
do Harlem, em Nova York, dezenas de pessoas cantavam a
capela sucessos do músico como "Billie Jean". Em Washington, lojas de CDs viam esgotar
rapidamente as cópias disponíveis dos discos do rei do pop.
Jackson foi um dos maiores
artistas da música pop do século passado, com 14 músicas em
número um nas paradas norte-americanas, incluindo "Beat
It", "Billie Jean" e "Black or
White". Seu disco "Thriller", de
1982, é considerado o mais vendido da história da música
-números variam de 50 milhões a 104 milhões de cópias
comercializadas; o "Guinness"
aponta 55 milhões de cópias.
Parte do sucesso veio de sua
capacidade de atrair plateias
negras e brancas, o que o meio
musical chama de "crossover".
"É quase impossível exagerar o
impacto que ele teve na música
e na cultura populares", disse
Alan Light, ex-editor das revistas "Spin" e "Vibe". "Ele definiu
tudo o que o videoclipe poderia
ser e personificou o "crossover",
unindo música negra e rock."
Apesar disso, a virada do século o viu perder fãs, o que exacerbou seu comportamento errático. Jackson não lançava um
álbum de estúdio desde 2001,
com "Invincible", que alcançou
o topo da parada americana.
Iniciaria em 13 de julho uma
extensa turnê de 50 apresentações na O2 Arena, em Londres.
Embranquecimento
Nascido em Gary, no Estado
de Indiana, Michael Joseph
Jackson ganhou fama aos 11
anos, em 1969, ao lado de seus
irmãos, no grupo Jackson 5.
A transformação por que
passou sua cor de pele desde
meados dos anos 1980 motivou
os mais diversos rumores.
O cantor enfrentou ainda
acusações de que teria abusado
de menores. Em julho de 2005,
foi inocentado em um julgamento em que era alvo de dez
acusações -incluindo a de ter
molestado sexualmente um
menino de 13 anos.
Estimava-se que suas dívidas
chegassem a US$ 200 milhões.
Ele deixa três filhos: Michael
Joseph Jackson Jr., Paris Michael Katherine Jackson e
Prince Michael Jackson 2º.
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