São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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PRO MATRE E SANTA JOANA

Partes do mesmo grupo, entidades têm UTI específica para gestantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Em duas suítes, mulheres em trabalho de parto natural sem gemidos ou gritos de dor. No berçário, 90 leitos vazios. Na UTI neonatal, prematuros dormem como se ainda estivessem no útero da mãe. À primeira vista, o cenário parece tranqüilo demais para uma maternidade, mas ele traduz um pouco da filosofia da Pro Matre, a maternidade mais tradicional de São Paulo, com 71 anos de vida.
Práticas como analgesia precoce no parto natural, estímulo do vínculo mãe e bebê (os recém-nascidos ficam o dia todo com as mães), UTI neonatal com controle de acústica, temperatura e umidade, além de berços separados de acordo com a gravidade, fazem parte da rotina da maternidade.
"A Pro Matre já nasceu com uma política de humanização muito forte. Temos gerações inteiras, de avós, de mães e de filhos que nasceram aqui", diz Maria Augusta de Freitas, gerente-geral da Pro Matre.
Há sete anos, a Pro Matre foi incorporada ao Hospital e Maternidade Santa Joana e sofreu total reestruturação. Foram investidos R$ 20 milhões em reforma do prédio, modernização da hotelaria e compra de aparelhos. E o número de partos saltou de 200 para 600 por mês.
"Ainda assim, a maternidade está pequena. Compramos um prédio ao lado onde construiremos o centro cirúrgico e uma UTI materna, para dar espaço a novos leitos na maternidade", conta o diretor comercial do Santa Joana/Pro Matre, Marco Antonio Zaccarelli. Os prédios serão ligados por passarelas.
Os quartos das duas maternidades passam por uma reforma geral e pela troca do mobiliário. Alguns deles têm hoje um monitor de TV por meio do qual a mãe pode ver seu bebê no berçário, nas poucas horas em ficam separados. "Dá mais tranqüilidade e segurança", diz Michele Blois, 26, mãe de Bruno.
O mimo é só uma das estratégias das maternidades. A idéia é que a gestante se sinta confortável. "É festivo. Você anda no corredor e vê flores por todos os lados. À noite, o pessoal toma seu uísque no american bar, faz happy hour, essas coisas de hotel", diz Zaccarelli.
Para ele, a gestante é o tipo de paciente que mais valoriza a hotelaria. "Ela quer ver o apartamento e o berçário. Ninguém pergunta da UTI ou do centro cirúrgico. Então tem que ter bom serviço de hotelaria para que ela se sinta confortável."
Já o médico, segundo ele, opta pela maternidade por conta da segurança dos processos, da tecnologia do centro cirúrgico, das UTIs de adulto e neonatal, do centro de diagnóstico e dos serviços de enfermagem.
Um diferencial das duas maternidades é terem UTI especializada em complicações da gravidez. Em geral, nos outros hospitais, as mulheres ficam na UTI geral, com pacientes portadores de outras patologias.
A Pro Matre tem três leitos de UTI materna, e o Santa Joana, outros cinco. "[Por só ter gestante ou parturiente], podemos levar o bebê para visitar a mãe internada. Se estivesse numa UTI geral, isso não seria possível pelo risco de infecções", diz a gerente Maria Freitas.0 (CLÁUDIA COLLUCCI)

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