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Quanto vale
Governo definiu preço mínimo
em R$ 10,36 bi e foi contestado
da Reportagem Local
O preço total da Companhia Vale
do Rio Doce varia de R$ 10,17 bilhões a R$ 13,4 bilhões, dependendo do autor da avaliação.
Para o governo, ela vale, no mínimo, R$ 10,36 bilhões. Esse número é resultado da multiplicação
dos R$ 26,67 fixados como preço
mínimo de cada ação que vai a leilão pelo total de ações da empresa.
O valor mínimo foi obtido pela
média dos preços das ações da empresa nos 90 pregões das Bolsas de
Valores anteriores à data da definição do preço (5 de março de 1997).
Na sexta-feira, a ação ordinária
da Vale estava em R$ 28,90, cerca
de 10% a mais que o valor fixado.
Os R$ 10,17 bilhões foram o
maior valor proposto pelo consórcio consultor, responsável pela
modelagem de venda da empresa.
O valor de R$ 13,4 bilhões é a
conversão para real dos US$ 12,66
bilhões encontrados, em avaliação
paralela, pelo banco norte-americano Salomon Brothers.
Consórcios
O BNDES contratou dois consórcios de empresas para tentar
chegar ao valor final da Vale.
O primeiro, Associação Vale
Brasil, propôs R$ 11,3 bilhões. O
Salomon Brothers, que integrou
esse grupo, fez ainda uma avaliação individual, de R$ 13,4 bilhões.
O outro consórcio, do qual faziam parte a Merrill Lynch e Projeta, fixou o preço em R$ 10,17 bilhões. O governo preferiu os R$
10,36 bilhões, com base nas ações.
Mas não receberá esse valor, pois
detém apenas 51,13% do capital da
empresa. O restante já está nas
mãos da iniciativa privada.
Se vendesse toda a sua participação no capital da Vale pelo preço
mínimo de leilão, o governo faturaria R$ 5,3 bilhões.
Como há um desconto nas ações
oferecidas aos empregados da empresa, esse valor se reduziria, no
mínimo, em R$ 328,8 milhões,
caindo para R$ 4,97 bilhões.
Suspeita
Na opinião do GAT (Grupo de
Assessoramento Técnico) da Comissão Especial da Câmara dos
Deputados que acompanha a privatização da Vale, o preço definido
pelo governo está subavaliado em,
pelo menos, R$ 2 bilhões.
O GAT chegou a esse valor com
base nas diferenças de quantidades
das reservas minerais da Vale anteriores e posteriores a uma auditagem feita em 1996.
O GAT sustenta ainda que a Merrill Lynch não poderia ter atuado
na avaliação da Vale porque é dona da corretora sul-africana Smith
Borkum Hare, que presta serviços
para a Anglo American, uma das
empresas interessadas no leilão.
Por isso, as avaliações feitas pela
Merrill Lynch foram colocadas em
dúvida por adversários da venda
da Vale, entre eles o deputado Miro Teixeira, (PDT-RJ).
O presidente mundial da Merrill
Lynch, Winthrop Smith Jr., negou
com veemência o fornecimento de
qualquer informação, confidencial ou não, pela Smith Borkum
Hare à Anglo American.
(CHICO SANTOS e
ANTONIO CARLOS SEIDL)
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