São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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RENOVAÇÃO

Institutos de pesquisa apontam crescimento da bancada de oposição nas próximas eleições

92% dos congressistas são candidatos

ALESSANDRA MILANEZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dos atuais 594 congressistas, 92% são candidatos nesta eleição. Dos 513 deputados, 407 (80%) são candidatos à reeleição, e 78 (15%), a outros cargos.
Dos 81 senadores, 55 são candidatos. Há 27 senadores (um de cada Estado e um do Distrito Federal) com mandato até 2006. Entre esses, oito são candidatos -a governador, principalmente.
A taxa de renovação da Câmara diminuiu progressivamente nas últimas eleições. As previsões para a próxima composição da Casa ainda causam divergências entre analistas.
Em 1990, essa taxa foi de 63,8%; em 94, de 55,1%; em 98, de 42,9%. Para o pesquisador Antônio Augusto de Queiroz, do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a Câmara Federal deve ter cerca de 40% de suas cadeiras renovadas na próxima legislatura.
Na avaliação de Queiroz, quem disputa a reeleição tem vantagem sobre os demais, por já ter estrutura de campanha. O professor David Fleischer, do Departamento de Ciência Política da UnB, discorda. Para ele, a taxa de renovação deve ficar na média histórica de 50% a 55%.
Entre os partidos com mais de 50 deputados, o PPB foi o campeão da reeleição no último pleito (81,7%), e o PT foi o que teve a menor taxa (45,8%).
Queiroz afirma que a renovação no Senado vai ser maior do que a da Câmara, principalmente por causa do desgaste sofrido com denúncias nesta legislatura, que tiveram como resultados a cassação de um senador e a renúncia de outros três.
Segundo o pesquisador, dos 54 senadores cujos mandatos vencem nesta legislatura, apenas 20 têm chances reais de reeleição, o que daria uma renovação de 63% em relação às vagas em disputa.
Os Estados com menor número de cadeiras (oito deputados) foram os que apresentaram maior variação na eleição de 98: enquanto o Acre mandou para casa 75% de sua bancada, os Estados do Rio Grande do Norte, de Roraima e do Tocantins mantiveram a mesma porcentagem em Brasília.
As previsões do Diap, bem como de mais quatro institutos de pesquisa, apontam também outra tendência: os partidos que deram sustentação a FHC devem sofrer perdas, enquanto os partidos de oposição, especialmente o PT, tendem a apresentar crescimento.


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