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LEGISLAÇÃO
Média mensal do governo FHC após medida restritiva supera a de todos os governos anteriores
Emenda não inibe edição de MPs
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A emenda constitucional que
visava restringir a edição de medidas provisórias entrou em vigor
em setembro do ano passado. Depois disso, a média mensal de edição de MPs pelo presidente Fernando Henrique Cardoso superou a de todos os governos anteriores e as suas próprias, no primeiro e no segundo mandato.
A média mensal de edição de
medidas provisórias com as novas medidas chegou a 5,8 em
agosto. No primeiro mandato, a
média de FHC foi de 3,3 MPs por
mês. No segundo mandato, de
3,12.
A Casa Civil da Presidência atribuiu o aumento da média de MPs
ao período eleitoral, que teria prejudicado o cronograma de atividades do Congresso.
Pauta trancada
As novas regras de tramitação
das MPs tampouco surtiram o
efeito esperado no Congresso.
Até então, a MP tinha 30 dias de
validade, podendo ser reeditada
indefinidamente, com ou sem alterações. O governo legislava em
substituição ao Congresso, que
nem sequer chegava a apreciar
muitas das MPs.
Agora, as MPs têm 60 dias de
validade, prorrogáveis por mais
60, sem possibilidade de reedição.
Se não forem votadas depois de 45
dias, "trancam" a pauta da Casa
onde estiver tramitando.
Das 30 MPs em tramitação, 19
estão trancando as votações da
Câmara. Quando forem votadas,
já vão chegar ao Senado bloqueando a pauta daquela Casa.
Para evitar essa situação, o Senado criou um artifício: passou a
considerar que a MP só chega à
Casa quando é lida no plenário
-e retarda a leitura.
O problema é que, depois de 120
dias, as MPs que não são aprovadas perdem a validade, e o Congresso precisa legislar sobre os
efeitos remanescentes do período
em que vigorou.
Medidas provisórias não votadas começam a vencer em outubro. Não há perspectiva de votação -nem das MPs nem de leis
que regulem os efeitos jurídicos
delas decorrentes.
(WILSON SILVEIRA e SANDRO LIMA)
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