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AGRIBUSINESS
Ribeirão Preto quer ser pólo agrícola
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes era só um slogan. Agora,
a cidade de Ribeirão Preto vai oficializar o título de capital brasileira do agronegócio.
A cidade deverá abrigar um
centro físico de decisões, que pretende dar uma guinada no setor e
até mesmo servir como referência
mundial.
O prefeito de Ribeirão Preto,
Antônio Palocci Filho (PT), aprovou o projeto no começo do mês.
Ele aproveita a Agrishow para
apresentar a campanha oficialmente a alguns candidatos à eleição presidencial, que deverão estar presentes na feira para debater
os compromissos com a agropecuária.
De acordo com a prefeitura, a
campanha não pretende criar um
novo título para a cidade, mas sim
"ratificar uma realidade econômica vigente no setor agrícola da
região".
Cacife a região possui. Ribeirão
Preto e as cidades ao seu redor representam 14% da área cultivada
do Estado de São Paulo e também
lideram a produção mundial de
cana-de-açúcar, açúcar e álcool,
de acordo com dados da ACI-RP
(Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
A região é também a maior produtora estadual de alimentos e de
leite e derivados.
A renda agrícola em 2001 foi de
R$ 7,7 bilhões, o equivalente a
9,19% do PIB (Produto Interno
Bruto) do setor.
"Claro que há cidades com desempenho fenomenal em algumas culturas, mas é em Ribeirão
onde estão os centros decisórios
de muitas empresas e produtores", diz o coordenador do projeto idealizado pelo Pensa (Programa de Agribusiness da USP), em
Ribeirão, Marcos Fava Neves, 33.
Ele também ressaltou a posição
estratégica da região, que é cortada por cinco rodovias e funciona
como um entroncamento para
interior paulista, Sul do país e Estados de Minas Gerais e de Goiás.
Mais representação
De acordo com Neves, a proposta é fortalecer ações coletivas
que aumentem o poder de influência nas negociações internacionais.
"O Brasil evoluiu bastante na
sua integração entre os elos da cadeia produtiva, tecnologia e
transporte. Não tem jeito, todo
mundo tenta proteger seu quinhão. Na área internacional, o
país precisa endurecer mais nas
negociações. Para isso, tem que
estar preparado", afirma.
As entidades do setor, que estão
dispersas, deverão ser reunidas
com o objetivo de montar uma rede de capacitação e informações
sobre o agronegócio.
Entre elas estão as universidades, centros de pesquisa e associações de produtores presentes na
região, como a Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos).
O reforço não deverá ser dado
apenas aos tradicionais produtores de citros e cana. Os pecuaristas
também devem ser beneficiados.
"Estamos próximos aos dois
principais frigoríficos exportadores, o de Lins e o de Barretos", diz.
"Mesmo não tendo os maiores rebanhos, a região tem vários pecuaristas importantes e não há
uma boa discussão no setor."
A prefeitura não falou em valores a serem investidos no projeto.
Conforme o superintendente da
Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto), Juscelino Antonio
Dourado, a ajuda será concedida
em infra-estrutura e linhas de financiamento, depois de uma análise sobre cada caso.
"Colocamos todo o apoio estrutural e nos comprometemos a
contribuir com o que for necessário para as entidades que quiserem permanecer ou se mudar para a região", declara.
"Vamos apresentar as vantagens principalmente para quem
esteja em processo de redefinição
de atividades e queira investir no
agronegócio."
Vantagens
A oficialização do título de capital do agronegócio deve render a
Ribeirão Preto novos investimentos e mais empregos, na previsão
dos idealizadores.
O projeto foi criado pelo Pensa,
com participação da ACI-RP, da
Abag (Associação Brasileira de
Agribusiness) e da Coderp.
Hoje, cerca de 7% da população
local está empregada no setor,
que representa 42% da renda econômica regional.
A união de associações, pesquisadores e produtores deverá estar
consolidada e em pleno funcionamento em no máximo cinco anos.
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