São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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Outdoor apócrifo reproduz ataque de Maluf a Serra

LILIAN CHRISTOFOLETTI
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O polêmico programa eleitoral do candidato do PP à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf (PP), que atacou duramente o adversário José Serra (PSDB), ganhou as ruas de São Paulo ontem por meio de outdoors apócrifos. O personagem é Alexandre Arêas, conhecido no dia 22, após afirmar ter levado um calote de Serra na campanha presidencial de 2002.
Na foto, Arêas é retratado em uma cadeira de rodas. Ao lado, em vermelho, a inscrição "A campanha de Serra me deu um calote".
Os outdoors começaram a ser afixados ontem à noite. O primeiro deles foi localizado na rua Alvarenga, Butantã (zona oeste). Ontem mesmo, atendendo a uma representação do PSDB, o juiz da 1ª Zona Eleitoral, José Joaquim dos Santos, determinou sua retirada. A Justiça também enviou ofício às empresas especializadas para que sejam suspensas a confecção e colagem dos outdoors.
O alvo da representação do PSDB é o PP. Como Maluf disse que nem ele nem o partido têm qualquer participação na divulgação, o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, pedirá abertura de inquérito para apurar sua autoria.
"Não sabemos se foi o PP ou PT", disse o presidente do PSDB, Edson Aparecido.
Valdemir Garreta, um dos cooordenadores da campanha de Marta, afirmou que "o PT não tem nada a ver com isso". Segundo ele, a declaração de Aparecido é "leviana". "Ele será processado por difamação e terá de provar o que disse", afirmou.
O advogado do PP, Ricardo Tosto, encaminhou uma representação a Penteado, endossando o pedido de retirada do outdoor.
Na semana passada, a Folha divulgou que o marqueteiro de Maluf, Marcelo Teixeira, responsável pela campanha contra Serra na TV e no rádio, estudava congelar a imagem de Arêas em um outdoor. O PP informou ter abandonado a idéia depois das decisões judiciais que puniram Maluf com a perda, quase total, do tempo que ele dispunha na TV e no rádio.
Em suas entrevistas, o ex-prefeito tem repetido quase todos os dias a história de Arêas.
O PSDB informou que, em 2002, fez uma dívida declarada e que está negociando com todos os fornecedores. Informou ainda que o nome de Arêas não consta na lista de pessoas que trabalharam na campanha presidencial e acredita na possibilidade de ele ter sido contratado por uma empresa terceirizada.


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