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Juiz manda apreender panfletos da prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz da 1ª Zona Eleitoral, José
Joaquim dos Santos, determinou
ontem a retirada de faixas e a
apreensão de panfletos distribuídos pela Prefeitura de São Paulo
na avenida Nove de Julho.
De acordo com a representação
apresentada pelo PSDB, os panfletos -de quatro páginas em
forma de sanfona- foram distribuídos nas esquinas da avenida,
por funcionários da SPTrans e da
Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET).
Na representação, o PSDB evocou o artigo 73 da Lei Eleitoral, segundo o qual é proibida a veiculação de propaganda institucional
nos três meses que antecedem a
eleição. Sob o título "Nova 9 de Julho -Revitalização Urbana", o
folheto exalta a despoluição visual
e o alargamento das calçadas como exemplos de mudanças na
avenida. O material inclui fotos
do Passa Rápido.
No verso, o panfleto carrega os
símbolos do BNDES, da CET, da
SPTrans e da Prefeitura de São
Paulo. Segundo relato do advogado do PSDB, Milton Terra, que
anexou uma cópia do folheto à representação, eles foram distribuídos por funcionários de colete
vermelho. Ontem mesmo, Santos
concedeu uma liminar para a
apreensão de material nas dependências da prefeitura, além da retirada das faixas.
A representação, que pede que a
prefeita Marta Suplicy, o secretário de Transportes, Gerson Bittencourt, o presidente da CET,
Dernal Oliveira, e o presidente da
SPTrans, José Gonçalo, sejam responsabilizados por desrespeito à
legislação eleitoral.
Em caso de condenação, cada
um deles pagaria uma multa que
varia de R$ 5,3 mil a 106,4 mil. A
assessoria da Secretaria de Transportes disse que só se manifestará
depois da notificação da Justiça.
Na manhã de ontem, antes da
decisão, Santos criticou o comportamento dos partidos na propaganda eleitoral. Segundo ele, "o
ideal seria manter um grau de civilidade. Isso não é possível, há
um acirramento de ânimo. Mas
nada justifica essa conduta".
Ainda de acordo com o juiz, a
insistência no desrespeito ao TRE
talvez nasça da crença "que vale a
pena o risco pela possibilidade
que essa conduta tem de alavancar a candidatura no caso do candidato beneficiado com a fala desses atores políticos".
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, por sua vez, lamentou o desrespeito ao pacto pela manutenção da cidade limpa nas eleições.
"Os mesmos partidos no Rio de
Janeiro respeitaram. Agora, em
São Paulo, lamentavelmente, nós
tirávamos e eles recolocavam. Isso realmente, atentou contra a
dignidade da Justiça Eleitoral",
afirmou Álvaro Lazzarini.
(CATIA SEABRA)
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