PELÉ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Eu poderia contar muitas estórias e fatos sobre Copas do Mundo. Desde a primeira que eu tive conhecimento, que foi a triste Copa de 50, quando ainda tinha nove para dez anos de idade.
Passei como jogador por quatro Copas, sentindo a emoção e adquirindo experiência dentro do campo, e mais oito Mundiais sofrendo e torcendo fora do campo, assistindo à seleção brasileira.
Vou me concentrar em apenas duas experiências.
Em 58, com apenas 17 anos, tornei-me conhecido no mundo inteiro como o campeão do mundo mais jovem da história. Para todos foi uma grande responsabilidade dos dirigentes colocar aquele garoto, sem experiência, em plena Copa do Mundo, mas na realidade, para mim, era tudo um sonho. E eu não tinha a mínima noção do peso daquela responsabilidade.
Depois de participar de mais duas Copas, 62 e 66, na de 70, aí sim: o Brasil todo cobrava de mim essa responsabilidade. Essa responsabilidade era toda minha por ser o mais experiente.
Nessa ocasião, eu já tinha decidido que seria a minha última Copa do Mundo e, felizmente, tudo saiu bem. Fomos campeões e encerrei meu ciclo na seleção brasileira com a conquista definitiva da Taça Jules Rimet.