|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
6 - Combater o HIV/Aids e outras doenças
Além de HIV e malária, meta nacional inclui prevenção à doença contraída por 85 mil brasileiros no ano passado
Tuberculose entra no rol de 'moléstias características'
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A malária atinge 300 milhões de
pessoas a cada ano, segundo a
OMS (Organização Mundial de
Saúde). Em 2004, 40 milhões estavam infectados pelo vírus HIV, de
acordo com a Unaids (Programa
Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/ Aids).
Seria previsível que a redução
desses números fosse um dos oito
Objetivos do Milênio. As Nações
Unidas definiram o combate à
Aids e à malária. Deixaram a referência a "outras doenças importantes" para que cada país acrescentasse moléstias características.
O Brasil incluiu tuberculose na
lista. Em 2004, 85 mil contraíram
o mal, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde. O número permanece estável nos últimos anos, de acordo com estudo
encomendado pelo Pnud à Universidade Federal do Pará.
Os especialistas responsáveis
pela pesquisa não arriscam um
prognóstico para 2015. Essa é uma
área que requer esforços integrados, já que o aumento do número
de casos está relacionado ao empobrecimento da população, à
qualidade das moradias e ao sistema de saneamento básico.
"Queremos aumentar o índice
de sucesso no tratamento para
85% dos casos diagnosticados.
Hoje a taxa é de 74%", diz o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Para ele, o maior empecilho
é a interrupção do tratamento.
Imigrantes
Morando com dois filhos, marido, irmão e cunhado, a boliviana
A.C, 22, passa todas as manhãs
em uma Unidade Básica de Saúde
de São Paulo. Toma os remédios e
evita que a família seja contaminada, pois a doença é transmitida
pela fala, espirro ou tosse.
O governo conta com parcerias
com a Igreja, ONGs, CNI (Confederação Nacional da Indústria) e
Sesi (Serviço Social da Indústria),
que vão desenvolver ações de
marketing direto, com informações sobre a tuberculose. A previsão de investimento no Programa
Nacional de Controle à Tuberculose é de R$ 119 milhões até 2007.
Malária
Enquanto a tuberculose está em
todo o Brasil, a malária se concentra na Amazônia Legal, área que
engloba o Norte e parte do Maranhão e do Mato Grosso e responde por mais de 99% dos casos.
Nessa batalha, o país vive altos e
baixos. Venceu um surto de mais
de 630 mil casos, em 1999, que foram reduzidos a 350 mil em 2002.
No ano seguinte, os casos aumentaram 15%, chegando a 405 mil.
A meta do governo de deter a
malária é "relativamente fácil de
atingir", diz Jarbas Barbosa, do
Ministério da Saúde. "Vamos descentralizar as ações, concentradas
no Ministério da Saúde, para Estados e municípios."
No controle da malária e de tuberculose o governo luta quase
sozinho. Poucas empresas mantêm ações para redução de casos.
Uma delas, ainda não implementada no país, é uma parceria
entre a Novartis e a Comissão de
Desenvolvimento Econômico de
Cingapura para pesquisar doenças tropicais. "Queremos criar
uma conexão entre centros de
pesquisa, inclusive brasileiros, para abreviar o tempo de desenvolvimento de remédios", diz Sálvio
Di Girólamo, diretor de relações
externas da Novartis.
Aids
O combate à Aids concentra a maior parte das
atenções. Campanhas de prevenção e educação e distribuição de
preservativos são recorrentes.
A área é rica em ONGs. São cerca de 450 em todo o país. Estimativas da Saúde apontam 600 mil
infectados pelo HIV, sendo
362.364 casos confirmados.
A diretora da Associação Pan-Americana de Saúde, a médica argentina Mirta Roses Periago, diz
que o país tem condições de sucesso em todas as metas de saúde.
"O Brasil possui uma sólida estrutura sanitária e um sistema de
saúde com proteção para todos."
Texto Anterior: Parto humanizado é defendido por entidades civis Próximo Texto: Antes modelo, combate à Aids sofre retrocesso Índice
|