São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2005

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6 - Combater o HIV/Aids e outras doenças

Além de HIV e malária, meta nacional inclui prevenção à doença contraída por 85 mil brasileiros no ano passado

Tuberculose entra no rol de 'moléstias características'

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A malária atinge 300 milhões de pessoas a cada ano, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Em 2004, 40 milhões estavam infectados pelo vírus HIV, de acordo com a Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/ Aids).
Seria previsível que a redução desses números fosse um dos oito Objetivos do Milênio. As Nações Unidas definiram o combate à Aids e à malária. Deixaram a referência a "outras doenças importantes" para que cada país acrescentasse moléstias características.
O Brasil incluiu tuberculose na lista. Em 2004, 85 mil contraíram o mal, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde. O número permanece estável nos últimos anos, de acordo com estudo encomendado pelo Pnud à Universidade Federal do Pará.
Os especialistas responsáveis pela pesquisa não arriscam um prognóstico para 2015. Essa é uma área que requer esforços integrados, já que o aumento do número de casos está relacionado ao empobrecimento da população, à qualidade das moradias e ao sistema de saneamento básico.
"Queremos aumentar o índice de sucesso no tratamento para 85% dos casos diagnosticados. Hoje a taxa é de 74%", diz o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Para ele, o maior empecilho é a interrupção do tratamento.

Imigrantes
Morando com dois filhos, marido, irmão e cunhado, a boliviana A.C, 22, passa todas as manhãs em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo. Toma os remédios e evita que a família seja contaminada, pois a doença é transmitida pela fala, espirro ou tosse.
O governo conta com parcerias com a Igreja, ONGs, CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Sesi (Serviço Social da Indústria), que vão desenvolver ações de marketing direto, com informações sobre a tuberculose. A previsão de investimento no Programa Nacional de Controle à Tuberculose é de R$ 119 milhões até 2007.

Malária
Enquanto a tuberculose está em todo o Brasil, a malária se concentra na Amazônia Legal, área que engloba o Norte e parte do Maranhão e do Mato Grosso e responde por mais de 99% dos casos.
Nessa batalha, o país vive altos e baixos. Venceu um surto de mais de 630 mil casos, em 1999, que foram reduzidos a 350 mil em 2002. No ano seguinte, os casos aumentaram 15%, chegando a 405 mil.
A meta do governo de deter a malária é "relativamente fácil de atingir", diz Jarbas Barbosa, do Ministério da Saúde. "Vamos descentralizar as ações, concentradas no Ministério da Saúde, para Estados e municípios."
No controle da malária e de tuberculose o governo luta quase sozinho. Poucas empresas mantêm ações para redução de casos.
Uma delas, ainda não implementada no país, é uma parceria entre a Novartis e a Comissão de Desenvolvimento Econômico de Cingapura para pesquisar doenças tropicais. "Queremos criar uma conexão entre centros de pesquisa, inclusive brasileiros, para abreviar o tempo de desenvolvimento de remédios", diz Sálvio Di Girólamo, diretor de relações externas da Novartis.

Aids
O combate à Aids concentra a maior parte das atenções. Campanhas de prevenção e educação e distribuição de preservativos são recorrentes.
A área é rica em ONGs. São cerca de 450 em todo o país. Estimativas da Saúde apontam 600 mil infectados pelo HIV, sendo 362.364 casos confirmados.
A diretora da Associação Pan-Americana de Saúde, a médica argentina Mirta Roses Periago, diz que o país tem condições de sucesso em todas as metas de saúde. "O Brasil possui uma sólida estrutura sanitária e um sistema de saúde com proteção para todos."


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