GUSTAVO ABREU
especial para a Folha

Faltando apenas oito dias para o provão, a maioria dos alunos já deve ter recebido em casa seu cartão de inscrição e o questionário-pesquisa sobre o curso que frequenta. Com o essencial em mãos, algumas dúvidas sobre o exame podem ter surgido (veja quadro abaixo).
Quem verificou o cartão provavelmente ainda terá que localizar onde fará a prova. É o caso de Ana Chu, estudante de medicina veterinária na USP, que mora nos Jardins (zona sul) e vai fazer sua primeira "viagem" para a Penha (zona leste). "Até agora não sei onde fica o bairro", diz.
O critério de distribuição dos alunos para o provão deste ano continua sendo a ordem alfabética. Não há nenhum tipo de preocupação quanto ao local de residência, de estudo ou à preferência dos estudantes.
Segundo o Inep, responsável pelo exame, a razão do procedimento é a facilidade de organização. Em São Paulo, por exemplo, seria preciso montar uma estrutura onerosa para distribuir os alunos perto de suas casas ou faculdades.
Para assegurar a neutralidade, não são utilizadas as instalações das faculdades avaliadas. As provas são feitas sempre em prédios da rede pública de ensino médio ou fundamental.
Nas grandes cidades, o problema se agrava. Por conta do tamanho das metrópoles, pode ocorrer de o estudante ter de atravessar toda uma cidade para fazer o provão.
"Moro em Santo André (Grande SP) e vou fazer o provão no Tatuapé (zona leste de SP). Não é possível que não haja um local pelo menos na mesma cidade onde moro", se queixa João Roberto Pires, aluno de odontologia da Unip.
Alguns alunos também criticam a data e o horário da prova. "A tarde de domingo é preciosa para quem trabalha toda a semana. Deveria ser no horário de aula", argumenta Alexander Carlos Silva, estudante de matemática na USP.