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Los Gringos - Juan Pablo Varsky

Nova face

Julio Falcioni, técnico do Boca, compra briga com Riquelme em sua mais nova mostra de arrogância

ALGO MUDOU. Julio Falcioni, técnico do Boca Juniors, comprou um problema. Sua insólita reação em um episódio normal de jogo foi a mais recente mostra de arrogância neste momento de êxito.

Obviamente teve importante cota de mérito no campeão invicto. A equipe mostrou ter ordem, solidez e contundência. Ninguém fica 33 jogos sem perder (17 triunfos e 16 empates) por acaso. Mas como se pode discutir ou debater a maneira pela qual conseguiram estes números?

Depois da volta olímpica e das férias, os jogadores encontraram uma face distinta de Falcioni, muito menos aberto ao diálogo e disposto a desqualificar qualquer comentário elogioso a seu trabalho. Furioso com o horrível jogo do Boca contra o Zamora, atirou uma flecha contra Riquelme, com escala em Cvitanich.

Esse "te tiro porque faz mais caso ao camisa 10 do que a mim" foi apontado diretamente para o capitão. Incluiu todos os ingredientes de sua complicada relação com Román. No entanto ficou exposto e com uma imagem ruim. Todo o plantel lhe pediu explicações pela explosão. Incomodado, Falcioni falou em ir embora no avião, mas, durante a reunião com o presidente do Boca, Daniel Angelici, em Buenos Aires, viu sua raiva baixar. Esta mudança evitou o problema da sucessão para a diretoria.

Desta vez, Riquelme tinha a verdade e o elenco ao seu lado. Mas a repercussão do episódio foi negativa para o jogador na mídia, nas redes sociais e em fóruns de torcedores. Foi apresentado como outro de seus conflitos -a lista oficial inclui desencontros que nunca teve com Louis van Gaal e Marcelo Bielsa.

Quando Riquelme oferece sua melhor versão em campo, a margem para a discussão se reduz. Mas quando seus argumentos futebolísticos não aparecem, a questão pessoal aflora imediatamente.

Já em Buenos Aires, o presidente Angelici se reuniu primeiro com os líderes do elenco, que questionaram as última atitudes do treinador: desconfiado, suscetível aos rumores e pouco disposto a ouvir. Na quinta de manhã, chegou um pedido de desculpas antes do treino.

O grupo queria uma menção pública ao incidente na entrevista coletiva de sexta-feira. Ela não veio. Por uns dias, a novela venezuelana tirou do centro da cena o debate futebolístico.

No domingo, em Santa Fé, o Boca jogou mal. Não criou chances de gol. Defendeu-se bem, mas atacou pouco e mal. Riquelme não influenciou no jogo. E Falcioni não se referiu ao episódio que sacudiu o vestiário. No fim das contas, nada mudou.

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