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Scolari solta o verbo, mas ganha afago

PALMEIRAS
Apesar de forte crítica, presidente não repreenderá técnico

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O técnico Luiz Felipe Scolari aproveitou a entrevista concedida após a segunda maior goleada do Palmeiras no ano para atacar pesadamente o comportamento da diretoria e recolocar o clube em uma crise nos bastidores. Em troca, recebeu afagos.

A reação da alta cúpula do clube ao incêndio provocado pelo treinador depois da vitória por 4 a 0 sobre o Paraná, será, segundo o presidente Arnaldo Tirone, nula.

"Por que [ele seria repreendido]? Foi um desabafo. É que ele está acostumado a grandes equipes", afirmou o mandatário, sem expressar nervosismo ou constrangimento.

Logo após a classificação às quartas de final da Copa do Brasil, Scolari reclamou que a diretoria não estava expondo à torcida a verdadeira situação financeira do clube.

Disse, entre outras coisas, que faltava "hombridade" aos comandantes para assumir que o time não tem dinheiro para contratar e que só vai conseguir se reforçar se não precisar gastar nada.

"Ele está certo", adicionou Tirone, sobre as dificuldades da equipe, que dispensou seis jogadores, trouxe três peças de reposição (sem gastar) e ficou sem reserva para Barcos.

O mandatário só esboçou uma leve indignação com o teor das palavras de Scolari.

"Essa colocação da hombridade foi um pouco equivocada. Se sou o presidente do Palmeiras é porque estou pronto para levar porrada."

Apesar de não admitirem oficialmente, membros da direção do clube do Parque Antarctica acreditam que as polêmicas declarações do técnico foram um modo de ele tentar provocar sua demissão.

Scolari estaria na mira do Cruzeiro, clube que havia anunciado a saída de seu treinador momentos antes do desabafo. Logo após a demissão de Vagner Mancini, o presidente Gilvan de Pinho Tavares revelou que já conversava com candidatos à vaga.

O técnico sabe que o presidente sofre pressão da situação e da oposição para demiti-lo. E gostaria de aproveitar a chance para deixar o clube sem pagar multa rescisória e se queimar com a torcida.

Tirone afirmou que não tem como garantir que Scolari não recebeu propostas, mas ressaltou que o treinador recusou em 2011 convite para ganhar o dobro do salário.

E completou dizendo que acatará eventual pedido de liberação feito pelo treinador. "Não sou homem de prender ninguém na cadeira."

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