São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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MEMÓRIA

Por dinheiro, TV criou e enterrou copas regionais

DO PAINEL FC

Criadas em meio à maior crise institucional da história da CBF, as ligas regionais só saíram do papel por influência da Globo, a principal investidora do futebol brasileiro.
Em março de 2001, a gestão de Ricardo Teixeira era devassada por duas CPIs no Congresso, e a Globo e o Clube dos 13 tinham interesse em tirar da CBF o controle dos torneios de âmbito nacional.
O primeiro passo, sacramentado no Pacto da Bola junto com Pelé, foi a abertura das ligas regionais e a criação da Copa dos Campeões, um torneio-tampão que valia vaga na Libertadores. Pelo pacote de cinco regionais de 2002, a Globo pagou mais de R$ 100 milhões.
Veio 2002, e a seleção foi penta. Teixeira, apesar das CPIs, voltava a se fortalecer nos bastidores. Para manter sua base de apoio na CBF, tinha que agraciar os presidentes das federações. A Liga Nacional não saíra do papel. A Globo fez as contas e chegou à conclusão de que o investimento não valia a pena. Os Estaduais voltariam ao calendário, os regionais estavam extintos, e a emissora enfim conseguia emplacar o Brasileiro com oito meses de duração.
As ligas regionais, principalmente a Sul-Minas e a do Nordeste, reclamaram, foram à Justiça, mas não tiveram alternativa. Apesar do apoio dos grandes clubes, acabaram. Por dinheiro, o calendário era mais uma vez alterado pela TV.



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