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MEMÓRIA
Por dinheiro, TV criou e enterrou copas regionais
DO PAINEL FC
Criadas em meio à maior crise institucional da história da
CBF, as ligas regionais só saíram do papel por influência da
Globo, a principal investidora
do futebol brasileiro.
Em março de 2001, a gestão
de Ricardo Teixeira era devassada por duas CPIs no Congresso, e a Globo e o Clube dos
13 tinham interesse em tirar da
CBF o controle dos torneios de
âmbito nacional.
O primeiro passo, sacramentado no Pacto da Bola junto
com Pelé, foi a abertura das ligas regionais e a criação da Copa dos Campeões, um torneio-tampão que valia vaga na Libertadores. Pelo pacote de cinco regionais de 2002, a Globo
pagou mais de R$ 100 milhões.
Veio 2002, e a seleção foi penta. Teixeira, apesar das CPIs,
voltava a se fortalecer nos bastidores. Para manter sua base de
apoio na CBF, tinha que agraciar os presidentes das federações. A Liga Nacional não saíra
do papel. A Globo fez as contas
e chegou à conclusão de que o
investimento não valia a pena.
Os Estaduais voltariam ao calendário, os regionais estavam
extintos, e a emissora enfim
conseguia emplacar o Brasileiro com oito meses de duração.
As ligas regionais, principalmente a Sul-Minas e a do Nordeste, reclamaram, foram à
Justiça, mas não tiveram alternativa. Apesar do apoio dos
grandes clubes, acabaram. Por
dinheiro, o calendário era mais
uma vez alterado pela TV.
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