São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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Corinthians e São Paulo jogam por chance de voltar à Taça Libertadores

Maratona de clássicos começa pelo melhor

Jorge Araújo/Folha Imagem
Rogério, do São Paulo, que critica o calendário pelo excesso de jogos com o Corinthians, o que, para ele, tira o gosto do clássico


FÁBIO VICTOR
PAULO GALDIERI


DA REPORTAGEM LOCAL

Na maratona de jogos entre São Paulo e Corinthians nos próximos 15 dias, a medalha de ouro está na largada, e não na chegada.
Dos três confrontos consecutivos, o jogo de hoje, às 21h45, pelas semifinais da Copa do Brasil, pode ser considerado o mais relevante para as pretensões dos dois clubes, pois dá ao vencedor uma boa chance de conquistar o título da competição e, consequentemente, uma vaga na Taça Libertadores da América em 2003.
O adversário na final será o vencedor do confronto entre Brasiliense e Atlético-MG. O time do Distrito Federal, com pouquíssima tradição no futebol nacional, venceu o primeiro jogo, em Belo Horizonte, por 3 a 0 e só fica fora da decisão se sofrer uma goleada por quatro ou mais gols.
"Este é o jogo do São Paulo porque, se vencermos, teremos a chance de estarmos na Libertadores", afirma o meia Adriano, que hoje será titular do São Paulo.
"Para mim, seria uma honra ganhar uma Copa do Brasil", disse Deivid, atacante corintiano que lidera a artilharia do torneio nacional, com nove gols.
O Corinthians largou na frente ao vencer o primeiro jogo por 2 a 0. Com isso, pode até perder por um gol de diferença que fica com a vaga na decisão. Vitória são-paulina por dois gols de vantagem provoca cobrança de pênaltis.
O São Paulo, para chegar à final, precisa quebrar um incômodo tabu: há um ano o clube não vence um clássico estadual.
Para isso, terá de passar por cima de problemas internos.
Ainda sob o clima da troca de presidente -o então candidato da oposição, Marcelo Portugal Gouvêa, ganhou as eleições e assumiu o cargo prometendo mudanças radicais-, o técnico Nelsinho Baptista, criticado pela nova diretoria, disse que deixará o cargo após o término do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil.
A situação do Corinthians é bem mais amena. Sob o comando de Carlos Alberto Parreira, que não era o preferido para dirigir o clube neste ano -antes de acertar com Parreira, os dirigentes queriam contratar Oswaldo de Oliveira-, o time tem sido elogiado pela maneira como tem atuado.
As semelhanças entre os times ficam restritas aos desfalques. Tanto o lateral corintiano Kléber, suspenso, como o atacante são-paulino França, machucado, são fundamentais para suas equipes.
Segundo o Datafolha, no Rio-SP, o lateral é responsável por 23,7% de todas as assistências corintianas, enquanto o atacante foi o autor de 22,4% das finalizações certas do São Paulo.
Com os três confrontos consecutivos -as outras duas partidas são pelas finais do Rio-SP-, sem contar as partidas pela fase final do São Paulo, o número de jogos entre os arqui-rivais neste semestre já chega a cinco. Essa "overdose" de jogos entre os rivais desperta opiniões distintas no São Paulo.
Para Nelsinho, os seguidos jogos com uma mesma equipe "não banalizam, e sim valorizam os dois clubes, que mostram capacidade ao chegarem às finais de várias competições importantes".
Já o goleiro Rogério desaprova a idéia de encontrar tantas vezes o mesmo rival: "Perde até um pouco a graça para o torcedor. Isso é fruto do nosso calendário".
"Ficará cada vez mais difícil para fazermos as jogadas", opinou o atacante corintiano Gil.



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