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FUTEBOL
Na estréia de Bonamigo, time satisfaz diretoria e reconquista torcida, que canta hino do clube na saída do estádio
Palmeiras vence e troca vaia por aplauso
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada de vaias, reclamações ou
xingamentos. Na estréia do "novo" Palmeiras em casa, a vitória
por 2 a 1 sobre Brasiliense ajudou
o time a cumprir o objetivo que o
técnico Paulo Bonamigo havia
traçado: reconquistar a torcida.
Depois de um período de litígio
entre torcedores e equipes -causado por maus resultados em
campo-, ontem o Parque Antarctica não foi palco de reclamação dos fãs palmeirenses.
Jogadores que antes não podiam errar, como o lateral Lúcio,
foram aplaudidos e incentivados.
Hostilidade mesmo somente
para um velho desafeto da torcida
palmeirense. Marcelinho "pagou" por sua identificação com o
arqui-rival Corinthians, onde jogou por quase oito anos. O meia
do Brasiliense foi alvo de coros
ofensivos e xingamentos.
O triunfo, que deixou o Palmeiras com quatro pontos, contentou
o treinador na sua primeira vez
no comando da equipe dentro do
Parque Antarctica. "Estou satisfeito. E vou fazer essa equipe crescer ainda mais", prometeu Bonamigo, que no entanto fez ressalvas. "Em casa não pode dar tanto
espaço para o adversário."
O desempenho do time, que em
parte foi facilitado pela expulsão
do meia Pituca, do Brasiliense,
também passou pelo crivo da cúpula do clube, que teve a primeira
oportunidade de observar de perto o time após a contratação de
Bonamigo e com a entrada de alguns dos reforços.
De volta ao velho esquema, o
chamado falso 4-4-2, com Marcinho recuando do meio para a zaga para formar o trio defensivo, o
Palmeiras mostrou mais segurança para liberar seus dois laterais
para atacar simultaneamente.
Com André Cunha e Lúcio o time
criou suas melhores chances.
E foi numa dessas investidas
que o Palmeiras abriu o placar logo a 11min. Lúcio avançou pela
esquerda e cruzou a bola na cabeça do atacante estreante Wa-
shington, que tocou para a rede.
Aos 20min, o Brasiliense empatou. Iranildo fez jogada individual
e tocou para Igor, que se livrou da
marcação e arriscou da meia-lua
com um arremate no canto direito do goleiro Marcos: 1 a 1.
Mas, três minutos depois, com a
expulsão de Pituca, o Brasiliense
não conseguiu dar seqüência à
reação. Além do cartão vermelho,
o técnico Valdyr Espinoza culpou
um fato pitoresco pela derrota.
Para tentar suprir a ausência de
um atleta, o treinador planejou a
entrada de Renato. O atleta do
Brasiliense, no entanto, não pôde
ser utilizado porque usava um
brinco e não conseguiu tirá-lo a
tempo de entrar em campo -o
árbitro Wagner Tardelli não o autorizou jogar com o acessório.
"Isso nos obrigou a improvisar.
De agora em diante, jogador não
joga comigo de brinco. Ou tira ou
eu arranco a orelha."
No segundo tempo, quatro minutos foram suficientes para que
o Palmeiras fizesse 2 a 1, com Correa em cobrança de falta.
No restante da segunda etapa, o
Brasiliense ameaçou o Palmeiras,
que também teve algumas chances de ampliar. Mas mesmo sem o
terceiro gol, o resultado foi o suficiente para que a torcida substituísse os xingamentos pelo hino
do clube ao deixar o estádio.
Na próxima rodada, o time enfrenta o Coritiba, fora de casa.
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