São Paulo, domingo, 01 de maio de 2005

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FUTEBOL

Na estréia de Bonamigo, time satisfaz diretoria e reconquista torcida, que canta hino do clube na saída do estádio

Palmeiras vence e troca vaia por aplauso

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada de vaias, reclamações ou xingamentos. Na estréia do "novo" Palmeiras em casa, a vitória por 2 a 1 sobre Brasiliense ajudou o time a cumprir o objetivo que o técnico Paulo Bonamigo havia traçado: reconquistar a torcida.
Depois de um período de litígio entre torcedores e equipes -causado por maus resultados em campo-, ontem o Parque Antarctica não foi palco de reclamação dos fãs palmeirenses.
Jogadores que antes não podiam errar, como o lateral Lúcio, foram aplaudidos e incentivados.
Hostilidade mesmo somente para um velho desafeto da torcida palmeirense. Marcelinho "pagou" por sua identificação com o arqui-rival Corinthians, onde jogou por quase oito anos. O meia do Brasiliense foi alvo de coros ofensivos e xingamentos.
O triunfo, que deixou o Palmeiras com quatro pontos, contentou o treinador na sua primeira vez no comando da equipe dentro do Parque Antarctica. "Estou satisfeito. E vou fazer essa equipe crescer ainda mais", prometeu Bonamigo, que no entanto fez ressalvas. "Em casa não pode dar tanto espaço para o adversário."
O desempenho do time, que em parte foi facilitado pela expulsão do meia Pituca, do Brasiliense, também passou pelo crivo da cúpula do clube, que teve a primeira oportunidade de observar de perto o time após a contratação de Bonamigo e com a entrada de alguns dos reforços.
De volta ao velho esquema, o chamado falso 4-4-2, com Marcinho recuando do meio para a zaga para formar o trio defensivo, o Palmeiras mostrou mais segurança para liberar seus dois laterais para atacar simultaneamente. Com André Cunha e Lúcio o time criou suas melhores chances.
E foi numa dessas investidas que o Palmeiras abriu o placar logo a 11min. Lúcio avançou pela esquerda e cruzou a bola na cabeça do atacante estreante Wa- shington, que tocou para a rede.
Aos 20min, o Brasiliense empatou. Iranildo fez jogada individual e tocou para Igor, que se livrou da marcação e arriscou da meia-lua com um arremate no canto direito do goleiro Marcos: 1 a 1.
Mas, três minutos depois, com a expulsão de Pituca, o Brasiliense não conseguiu dar seqüência à reação. Além do cartão vermelho, o técnico Valdyr Espinoza culpou um fato pitoresco pela derrota.
Para tentar suprir a ausência de um atleta, o treinador planejou a entrada de Renato. O atleta do Brasiliense, no entanto, não pôde ser utilizado porque usava um brinco e não conseguiu tirá-lo a tempo de entrar em campo -o árbitro Wagner Tardelli não o autorizou jogar com o acessório.
"Isso nos obrigou a improvisar. De agora em diante, jogador não joga comigo de brinco. Ou tira ou eu arranco a orelha."
No segundo tempo, quatro minutos foram suficientes para que o Palmeiras fizesse 2 a 1, com Correa em cobrança de falta.
No restante da segunda etapa, o Brasiliense ameaçou o Palmeiras, que também teve algumas chances de ampliar. Mas mesmo sem o terceiro gol, o resultado foi o suficiente para que a torcida substituísse os xingamentos pelo hino do clube ao deixar o estádio.
Na próxima rodada, o time enfrenta o Coritiba, fora de casa.


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