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JUCA KFOURI
Por una "lluz'
Primeiro foi o argentino
Castrilli que veio incomodar.
E um argentino incomoda
muita gente.
Depois chegou o argentino
Claudio López. E dois argentinos incomodam, incomodam
muito mais. Parece até que
elles tiraram a semana para
bagunçar o nosso coreto.
Diga-se desde logo que perder para Argentina não desonra ninguém.
A seleção perdeu agora no
Maracanã como ganhou no
Monumental de Núñez.
O que preocupa é a forma,
tanto da derrota como da vitória (aí incluída também a
sobre a Alemanha).
Sobretudo a falta de forma.
Tanto nas vitórias como anteontem, a seleção não mostrou padrão algum, crítica recorrente, e que Zagallo imputa a regionalismos que só existem na cabeça delle.
Pois bem feito: saiu do Maracanã ouvindo a torcida carioca entoando o célebre coro
de "burro, burro".
E elle não é burro, é bom
também esclarecer depressa.
Elle é passado, apenas isso.
Roberto Carlos não joga na
seleção brasileira como joga
no Real Madrid.
Denílson não joga na seleção como no São Paulo.
Ronaldinho não joga na seleção como no Inter.
Por quê?
Certamente não é por causa
nem do técnico do Real Madrid nem do técnico São Paulo nem do técnico do Inter.
Será por causa do modello
de que técnico, então?
Talvez por causa daquelle
que bota o Raí alli, e o Raí vai
mal -como foram mal o Rivaldo alli, o Leonardo (que
agora deu para ficar também
violento), o Giovanni alli, o
Zinho etc.
Ah, mas o Juninho...
Tenha a santa paciência!
Então o Juninho é melhor que
o Rivaldo, que o Giovanni,
que o Raí que o...?
E a defesa, sempre em linha,
sempre um convite para dançar um reggae ou um tango de
Passarella?
E a dupla Ro-Ro, que daqui
a pouco também estará saqueando supermercado por
absoluta, exasperante falta de
alimentação?
Repita-se, perder da Argentina não é nada.
Mas é preciso ter uma proposta de jogo, mesmo que seja
a que Carlos Alberto Parreira
teve desde sempre.
Não, não se tocará aqui em
Júlio César, em Mauro Galvão
nem muito menos em Muller
-como não se tocará, num
bandonéon, a comovente Valsa do Adeus.
Tempo há para que, pelo
menos, alguém acenda uma
luz. Mesmo que seja "lluz".
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