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O preto no branco com Felipão
WASHINGTON OLIVETTO
Vai começar a Copa para
o Brasil. E nós, brasileiros, vamos ter de nos
conformar com o Felipão como
técnico, quando o técnico deveria
ser o Parreira, que já era bom em
1994 e progrediu ainda mais agora em 2002, quando passou a dirigir uma equipe verdadeiramente grande e com a qual acaba de
ser campeão da Copa do Brasil e
do Torneio Rio-São Paulo.
Não tendo Parreira, temos de
nos conformar com Marcos no
gol, que, apesar de ser um bom
goleiro, jamais disputou uma final de Mundial.
Sua partida mais internacional
foi a final do Mundial interclubes, e o resultado todos sabem:
Manchester 1 x 0 time do Marcos.
Com Parreira, teríamos Dida, o
único goleiro do mundo campeão
do Mundial de Clubes da Fifa.
Felipão também não convocou
Rogério, esqueceu Fábio Luciano
e desconheceu Anderson Beraldo
-o que faz com que a gente vá
de Cafu, Lúcio e Edmilson, zagueiros visivelmente inferiores
aos três anteriormente citados.
Ainda na zaga, há outro problema grave: a não-convocação
de Kléber, o que dá a Roberto
Carlos a condição de titular
quando, na verdade, ele seria um
magnífico reserva.
Felipão acertou na convocação
de Vampeta, mas está errando na
escalação de Emerson. Com
Vampeta e Ricardinho, certamente o maior injustiçado na
convocação de Felipão -e obviamente muito superior a Kleberson ou Juninho-, ele teria
um meio-de-campo perfeito. Bastaria acrescentar o Fabrício.
Com as opções que escolheu,
Felipão vai ter um meio-de-campo apenas razoável.
Já no ataque, Deivid, Leandro e
Gil seriam indiscutíveis. Assim
como o atacante Romário. Até
entendo a não-convocação de
Romário. Certamente, deve-se ao
fato de ele atuar numa equipe de
pouca expressão, que tem o Eurico Miranda como dirigente e fica
no Rio de Janeiro.
Se Romário morasse em São
Paulo, longe do futevôlei -que o
Felipão tanto odeia-, atuando
numa equipe como, por exemplo,
a campeã do Torneio Rio-São
Paulo e da Copa do Brasil, ele
certamente teria sido chamado.
Essa é a verdade, e dá até para
compreender, mas os casos de
Deivid, Leandro e Gil ainda são
inexplicáveis.
Moral da história: sem os quatro, Felipão tem hoje apenas Ronaldo, Ronaldinho, Denílson, Rivaldo, Luizão e Edílson como opções de gol.
Tenho a esperança de que Rivaldo se recupere e lembre seus
melhores tempos, quando jogava
em São Paulo, numa equipe situada na zona leste da capital,
naquele momento treinada por
Mário Sérgio.
Equipe essa que abrigou também Luizão e Edílson nos seus
momentos de glória.
Talvez os três -mais particularmente Luizão e Edílson- sejam tomados pelo espírito todo-poderoso daquela época e acabem sendo também campeões
mundiais pela seleção brasileira,
uma vez que campeões mundiais
de clubes eles já foram. Vamos
ver, vamos ver.
De todo jeito, apesar de tantos
erros de convocação e escalação,
espero que Felipão tenha sorte, e
o Brasil faça um belo Mundial.
Por enquanto, é tudo uma incógnita. A França, que parecia
muito bem, andou perdendo da
Bélgica, o Felipão da Itália resolveu não levar o Baggio, que é o
Romário deles, a Inglaterra vem
com Beckham depois de uma séria contusão e a Argentina pode
se sentir complexada devido à
sua crise econômica.
Neste momento, só existe uma
certeza: jogando com seu uniforme alvinegro, a Alemanha será
certamente a equipe mais elegante da Copa-2002.
Washington Olivetto, publicitário sempre (e cronista esportivo eventual), estudou imparcialidade com Juca Kfouri
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