São Paulo, segunda, 1 de junho de 1998

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Falhas no suprimento de bolas ao ataque eleva participação de Júnior Baiano e Aldair nos lançamentos
Zagueiros se convertem em "armadores' do time

dos enviados a Bilbao

As dificuldades da criação no meio-campo da seleção brasileira transformaram os zagueiros Júnior Baiano e Aldair nos principais lançadores da equipe no empate com o Athletic Bilbao, ontem.
Juntos, eles executaram 14 lançamentos aos jogadores do ataque. Desses, oito saíram errado.
Em todo o jogo, foram 26 lançamentos brasileiros, com um índice de só 27% de aproveitamento.
A opção pelos lançamentos em função da falta de criatividade fica evidente quando comparados os números do teste de ontem aos do amistoso contra a Argentina.
Ontem, a seleção executou 25 dribles nos 90 minutos de partida.
Contra a Argentina, com Denílson em campo -o maior driblador dos últimos campeonatos Brasileiro e Paulista-, o time tentou muito mais a jogada individual.
Foram 38 dribles e, consequentemente, menos lançamentos: 13.
Segundo o Datafolha, os volantes César Sampaio e Doriva pouco ajudaram na criação contra o time espanhol. O jogo teve só um lançamento de Doriva, e nenhum de Sampaio, esse ainda o terceiro menos acionado entre os jogadores que começaram jogando.
Apesar do baixo rendimento no suprimento de bolas ao ataque, Doriva acreditava, após o jogo, ter desempenhado um bom papel nessa função.
"Quando é necessário, temos que tentar as jogadas de ataque", afirmou o volante do Porto.
Dessa forma, a qualidade e a eficiência na criação de jogadas da equipe ficaram a cargo de Rivaldo e Giovanni, que voltavam para armar as jogadas no campo da defesa brasileira.
Como aos 29min, quando Rivaldo fez ótimo lançamento para Roberto Carlos. O lateral foi até a linha de fundo e cruzou. Porém Giovanni não conseguiu completar o cruzamento de cabeça.
Mesmo quando a bola chegava ao ataque, a equipe não se apresentou eficiente. Os atacantes Ronaldinho e Bebeto mostraram dificuldades na finalização.
O atacante da Inter de Milão chutou a gol apenas duas vezes. Bebeto, nenhuma.
"Com mais treinos, os atletas vão se conhecer melhor e vão saber onde os companheiros gostam de receber os passes", disse o coordenador técnico Zico.
Segundo tempo
Mesmo com a marcação de um gol logo aos 3min da segunda etapa, a seleção continuou mostrando pouca criatividade.
Aos 20min, para tentar melhorar a ligação com o ataque, o técnico Zagallo tirou César Sampaio e escalou Leonardo.
"Não vejo problema em realizar essa função. Mas é preciso treinar", afirmou Leonardo.
A mudança melhorou a equipe, mas a evolução não pôde ser sentida por muito tempo, já que o treinador fez outras substituições.
Durante os treinamentos táticos na última semana, em Ozoir-la-Ferrière (França), uma das principais preocupações do técnico Zagallo foi ajustar a articulação das jogadas ofensivas.
Uma das preocupações do técnico foi o posicionamento do meia Giovanni. Inicialmente, o técnico temia que o setor do jogador ficasse desprotegido com os constantes avanços para o ataque.
Giovanni acabou ficando inibido e mais preocupado em marcar os adversários. "Jogo dessa maneira no Barcelona. Devo me soltar mais nos próximos treinos", disse o jogador. (MD e AGz)


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