São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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Estado brilha em Nacionais e Copas do Brasil

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

E DA REPORTAGEM LOCAL

O Rio Grande do Sul é o Estado da Federação com os melhores resultados históricos nas duas principais competições nacionais: o Brasileiro e a Copa do Brasil.
Quando o chileno Figueroa marcou contra o Cruzeiro, de cabeça, o gol que deu em 1975 o primeiro título nacional para o Internacional e para o Estado, os clubes gaúchos começaram a construir uma galeria de troféus única para um lugar com a população (pouco mais de 10 milhões de habitantes) e o número de clubes que tem o Rio Grande do Sul.
No Brasileiro, os clubes do Estado contabilizam cinco conquistas. Três com o Internacional e duas com o Grêmio, que levou a competição pela primeira vez em 1981, quando um atacante calou o estádio do Morumbi com um belo gol, chute de fora da área, na decisão contra o São Paulo: Baltazar.
Se perdem no total de troféus para paulistas e cariocas, os gaúchos superam ou igualam os dois maiores centros do país quando se verifica a equação entre títulos ganhos por participações.
Com apenas sete representantes em toda a história do Brasileiro, sem contar os módulos mais modestos da Copa João Havelange, o Rio Grande do Sul tem um título da competição para cada 16 participações de seus clubes somados.
O Rio tem a mesma proporção, mas atingida com as conquistas de quatro equipes diferentes.
Já São Paulo fica longe -teve um clube campeão a cada 20,1 participações de seus 23 representantes que disputaram pelo menos uma edição do Brasileiro.
Os gaúchos, apesar do momento de decadência do Inter, lideram outro ranking da competição, que mede não só o número de títulos.
Entre 1971 e 2000, considerando três pontos por vitória e um por empate, os clubes do Rio Grande do Sul conquistaram 50,8% dos pontos disputados em jogos do Brasileiro. Em segundo lugar nessa lista aparece São Paulo, com aproveitamento de 50,5%.
Até hoje, só um time terminou o Nacional como campeão de forma invicta -o Internacional de 1979, que tinha o volante Falcão como principal destaque e Ênio Andrade como treinador.
Naquela equipe também atuava o zagueiro Mauro Galvão, que depois de rodar pelo mundo atua hoje no Grêmio, onde foi campeão da última Copa do Brasil.
Se no Brasileiro os gaúchos lideram a galeria de títulos em termos proporcionais, na Copa do Brasil, que sempre teve um sistema eliminatório, o domínio do Estado aparece de forma absoluta.
Com o título obtido há duas semanas contra o Corinthians pelo Grêmio de Tite -a maior revelação como técnico nos últimos anos no país e que foi aluno de educação física de Luiz Felipe Scolari-, o Rio Grande do Sul tem seis títulos da competição, ou metade de todas as edições disputadas até hoje pela Copa do Brasil.
Três clubes gaúchos já foram campeões da competição, que leva seu vencedor à Libertadores.
O segundo colocado no ranking de títulos da competição é Minas Gerais, com três conquistas, todas conseguidas pelo Cruzeiro.
Na Copa do Brasil, os gaúchos provam também que não sentem a pressão de decidir fora de casa. Os três últimos títulos do Estado nessa competição foram ganhos dessa forma. Com o Grêmio, em 1997 e 2001, e com o Juventude, campeão modesto diante do Botafogo em um Maracanã lotado com 100 mil torcedores.
Na Libertadores, principal competição sul-americana de clubes, o futebol do RS também se destaca. Nas 14 participações de seus times, foram dois títulos com o Grêmio, em 1983 e 1995, e dois vices -um com o Grêmio e outro com o Internacional.
Foi nesse torneio que Scolari se projetou definitivamente -depois do triunfo com o Grêmio, levou o Palmeiras ao título em 1999.
Em Montevidéu, onde comanda a seleção hoje contra o Uruguai, o técnico ajudou a impor a maior derrota em casa da história do Nacional: na Mercosul de 1998, o Palmeiras goleou por 5 a 0.
Ainda assim, Scolari leva desvantagem contra os uruguaios, pois perdeu os dois outros jogos contra clubes do país. (FV e PC)



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