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FUTEBOL
Mesmo com comissão "paulista" à frente da equipe principal, esporte continuará comandado pelo Rio
Disputa com Farah barra seleção em SP
da Sucursal do Rio
Com 13 dos 16 integrantes da comissão técnica da seleção brasileira (81,25% do total) radicados em
São Paulo, ela terá de realizar no
Rio todas as suas reuniões, entrevistas e outras atividades.
A decisão, de caráter político, é
uma resposta da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) aos esforços do presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol),
Eduardo José Farah, para ganhar
poder na conduta do esporte.
Em campanha para a presidência da CBF, Farah é uma das principais ameaças a Ricardo Teixeira.
Indagado sobre a transferência
da base da seleção para São Paulo,
Teixeira respondeu, duramente:
"O comando do futebol brasileiro continua dentro da CBF. As
reuniões, os anúncios continuam
aqui. O comando do futebol brasileiro fica na rua da Alfândega, 70",
afirmou, referindo-se ao endereço
da entidade, no centro do Rio.
O presidente da CBF negou um
acordo com Farah, dando mais
poderes ao dirigente paulista. Teixeira lembrou que, apesar de hoje
trabalharem em São Paulo, muitos
integrantes da nova comissão técnica, como Luxemburgo e o preparador físico Antonio Mello, têm
origem no futebol carioca.
Alguns já haviam trabalhado na
CBF, como o assistente Valdir de
Moraes, na seleção de Telê Santana, e o preparador Mello, em seleções de várias faixas de idade.
A dura resposta de Teixeira indica que, até agora, não ocorreu
acordo para que ele entregue a Farah a condução da seleção ou de
competições como o Campeonato
Brasileiro e a Copa do Brasil.
O presidente da CBF deve intensificar as viagens ao exterior para,
segundo ele, fortalecer a campanha para o Brasil ser a sede da Copa do Mundo de 2006.
O enfrentamento político entre
Teixeira e Farah é um obstáculo
para a comissão técnica funcionar
no Estado onde mora a maioria
dos seus membros.
Mesmo quando passar a se dedicar só à seleção, em janeiro, Luxemburgo continuará em São
Paulo, segundo disse ontem.
No Rio, só vivem o médico José
Luiz Runco e os roupeiros Antonio de Assis e Rogelson Barreto.
O histórico mais "paulista" da
nova comissão técnica, em contraste com a "carioca" de Zagallo, provocou erros.
A nova assessoria de imprensa,
baseada no Rio, citou várias vezes
o Juventus, clube paulistano, como "Juventos", com "o".
Não foi o único erro: em todas
fichas, com o resumo biográfico
das carreiras, consta o item "dados bibliográficos".
(MÁRIO MAGALHÃES)
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