São Paulo, terça, 1 de setembro de 1998

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FUTEBOL
Mesmo com comissão "paulista" à frente da equipe principal, esporte continuará comandado pelo Rio
Disputa com Farah barra seleção em SP

da Sucursal do Rio

Com 13 dos 16 integrantes da comissão técnica da seleção brasileira (81,25% do total) radicados em São Paulo, ela terá de realizar no Rio todas as suas reuniões, entrevistas e outras atividades.
A decisão, de caráter político, é uma resposta da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) aos esforços do presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Eduardo José Farah, para ganhar poder na conduta do esporte.
Em campanha para a presidência da CBF, Farah é uma das principais ameaças a Ricardo Teixeira.
Indagado sobre a transferência da base da seleção para São Paulo, Teixeira respondeu, duramente: "O comando do futebol brasileiro continua dentro da CBF. As reuniões, os anúncios continuam aqui. O comando do futebol brasileiro fica na rua da Alfândega, 70", afirmou, referindo-se ao endereço da entidade, no centro do Rio.
O presidente da CBF negou um acordo com Farah, dando mais poderes ao dirigente paulista. Teixeira lembrou que, apesar de hoje trabalharem em São Paulo, muitos integrantes da nova comissão técnica, como Luxemburgo e o preparador físico Antonio Mello, têm origem no futebol carioca.
Alguns já haviam trabalhado na CBF, como o assistente Valdir de Moraes, na seleção de Telê Santana, e o preparador Mello, em seleções de várias faixas de idade.
A dura resposta de Teixeira indica que, até agora, não ocorreu acordo para que ele entregue a Farah a condução da seleção ou de competições como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
O presidente da CBF deve intensificar as viagens ao exterior para, segundo ele, fortalecer a campanha para o Brasil ser a sede da Copa do Mundo de 2006.
O enfrentamento político entre Teixeira e Farah é um obstáculo para a comissão técnica funcionar no Estado onde mora a maioria dos seus membros.
Mesmo quando passar a se dedicar só à seleção, em janeiro, Luxemburgo continuará em São Paulo, segundo disse ontem.
No Rio, só vivem o médico José Luiz Runco e os roupeiros Antonio de Assis e Rogelson Barreto.
O histórico mais "paulista" da nova comissão técnica, em contraste com a "carioca" de Zagallo, provocou erros.
A nova assessoria de imprensa, baseada no Rio, citou várias vezes o Juventus, clube paulistano, como "Juventos", com "o".
Não foi o único erro: em todas fichas, com o resumo biográfico das carreiras, consta o item "dados bibliográficos".
(MÁRIO MAGALHÃES)


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