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JUCA KFOURI
A comissão técnica
A comissão técnica da seleção brasileira anunciada oficialmente ontem é de ótima
qualidade.
Não se trata nem de compará-la à anterior, porque seria
covardia, a começar pelo treinador, muito mais atualizado
e competente que o antecessor.
Mas é preciso registrar pelo
menos dois pecados, veniais,
sem dúvida, mas pecados.
Moracy Sant'Anna ficou de
fora, embora seja considerado
o número 1 do país na preparação física.
A escolha feita em torno de
um também belo profissional
e velho amigo de Luxemburgo, o preparador Antônio
Mello, é mais ou menos como
se entre Pelé e Gérson um técnico desse preferência ao segundo para vestir a camisa 10
de um time de futebol nos
anos 70.
Ou seja, entre o fora de série
e o excelente, no caso, Luxemburgo não foi coerente com
sua tese de chamar sempre o
melhor, não o amigo.
Ainda durante a Copa da
França, Carlos Alberto Parreira me dizia que formar
uma comissão técnica de seleção brasileira sem Moracy
Sant'Anna era um desperdício
absurdo. Era e é.
Nada que seja gravíssimo,
mas o registro é necessário.
No capítulo da escolha do
psicólogo o problema é ainda
maior.
Suzy Fleury é uma psicóloga
pós-graduada em... propaganda e marketing.
Articulada, charmosa, sedutora mesmo, ela é uma profissional adepta da neurolinguística, modismo que nenhum cientista da área da
psicologia leva a sério.
Muito mais uma motivadora do que uma terapeuta, com
a escolha é possível que a seleção esteja perdendo a grande
chance de modificar os usos e
costumes vigentes em nosso
futebol, sempre preconceituoso em relação ao trabalho psicológico em nossas equipes.
Enfim, nesse campo, deu-se
um passo, sem dúvida, mas é
possível que tenha sido um
passo em falso, sabe-se lá com
que consequências para o futuro se não der certo.
É inegável, no entanto, que
a nova comissão ganha em
transparência e que significa
uma renovação importante
em relação aos usos e costumes da CBF -apesar da presença constrangedora de pelo
menos um membro da família
Teixeira, o auxiliar de preparação física Marcos Moura
Teixeira, e, ao que tudo indica, da futura indicação de
Marco Antônio Teixeira para
chefiar a comissão, uma brincadeira de péssimo gosto.
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