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TOSTÃO
Psicólogo não ganha nem perde jogo
Não se pode desconhecer a
importância da psicologia
esportiva, mas não se deve supervalorizá-la. Por vários motivos, se
ganha e perde. O principal deles é
a qualidade técnica.
Psicólogo não ganha nem perde
jogo. Ajuda, mas não pisando sobre brasas e repetindo obviedades
e frases de estilo. Isso não é psicologia científica. É sugestão ou enganação. A psicologia esportiva
somente será importante quando
for pouco notada na vitória e na
derrota. Passar a fazer parte da
rotina, como a nutrição, a fisiologia e outras áreas.
Estresse não é coisa de babaca,
como disse o técnico do basquete
feminino, Antônio Carlos Barbosa, nem a psicologia é solução para os piores. Um campeão se faz
com muito treino, técnica, malícia, razão, emoção e garra. Ele sabe que é melhor. Não tem dúvidas
nem falsa modéstia. Sabe também que não é perfeito, nem invencível. Não pode vacilar.
Um campeão não parece o melhor. Ele é. O que é, é.
Quando lerem esta coluna, talvez o novo técnico da seleção brasileira já seja conhecido. Ou não
haverá mudanças? Tudo é possível. Felipão e Parreira são os mais
cotados. O técnico do Cruzeiro é o
preferido dos torcedores.
Luiz Felipe às vezes é grosseiro,
utiliza métodos varzeanos e anti-esportivos, mas entende do riscado. Diferentemente de outros disciplinadores, é transparente e
emotivo. Cria laços afetivos, sem
perder o comando. É mais respeitado que temido. Os jogadores o
obedecem e admiram.
O treinador tem fama de retranqueiro, o que não é verdade.
Confundem forte marcação com
defensivismo. Desde a época do
Grêmio, Luiz Felipe prefere marcar na intermediária ou próximo
ao outro gol. Por isso, suas equipes fazem muitos gols.
Felipão frequentemente arrisca,
coloca seu time na frente, com três
ou quatro atacantes, e muda a
história do jogo. Depois, retorna
ao feijão com arroz.
Parreira é mais prudente. Gosta
de recuar, fechar os espaços defensivos, para depois contra-atacar. Num torneio curto, eliminatório, em que não se pode errar
nem ser surpreendido, esse esquema não encanta, mas funciona.
O treinador do Atlético é o que
tem mais conhecimento científico
e informações sobre todas as seleções do mundo. É mais racional e
estável. Não age com emoção, ao
contrário do Felipão.
Além disso, Parreira já mostrou
que tem equilíbrio emocional para lidar com as enormes dificuldades do cargo. Isso é tão importante quanto o preparo técnico.
Não se sabe qual será o comportamento do Luiz Felipe.
Luxemburgo reinou absoluto.
Os treinadores tomaram conta do
futebol e se tornaram os principais responsáveis pelas vitórias e
derrotas. Indicam a comissão técnica, muitas vezes mais pela amizade que pela competência.
A CBF anuncia a intenção de
contratar um coordenador. Sei
que é difícil um bom relacionamento entre esse e o técnico, principalmente pela falta de hábito.
Em 94, Parreira e Zagallo formaram uma boa dupla.
O coordenador precisa ter um
amplo conhecimento para supervisionar, opinar e cobrar de toda
a comissão técnica. Não pode ser
uma figura decorativa.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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