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GINÁSTICA
Público vaia resultado, e
técnica lamenta a ausência
de juízes do país nos Jogos
Inconformadas com a arbitragem, brasileiras terminam em 8º lugar
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
A equipe brasileira saiu aos
prantos da competição de ginástica rítmica desportiva, ontem, inconformada com as notas dos jurados, que a deixaram na última
colocação entre as oito finalistas.
Com 19.066 pontos na apresentação com maças (bastonetes que
atiram umas para as outras), as
brasileiras já entraram na última
fase, a da apresentação com fitas,
sem esperanças de medalha.
Sob o som de ""Aquarela do Brasil", fizeram a exibição com fitas,
que, assim como a com maças, levantou a platéia presente no ginásio. Quando foram anunciados os
pontos das brasileiras -19.200 na
prova das fitas, num total de
38.266-, a vaia foi geral.
""A ginástica é dominada pelos
países europeus, principalmente
pelos do leste. Por isso, a América
do Sul e o Brasil simplesmente
não apitam", lamentava a técnica
Bárbara Laffranchi, reclamando
das notas dos juízes.
""Minha mãe faz parte da Federação Internacional de Ginástica,
mas não tem poder nenhum em
relação à arbitragem. A Grécia ficou em terceiro lugar e tinha juiz
grego. Belarus ficou em segundo e
tinha juiz de Belarus. A Rússia foi
a primeira e um dos jurados era
russo. Fazer o quê?"
Hans Zacharias, vice-presidente
da federação, disse entender a revolta brasileira, mas fez questão
de defender os juízes. ""Eles são os
melhores do mundo e foram escolhidos antes de sabermos quais
seriam os finalistas."
Mesmo reconhecendo que a
apresentação do Brasil empolgou
-""elas estão de parabéns"-, o
dirigente lembrou que critérios
técnicos são levados em conta na
hora da avaliação.
""O grau de dificuldade é um deles. As outras coreografias podem
ter sido mais complicadas, não?",
perguntou, acrescentando que o
aspecto artístico também é relevante. ""As outras apresentações
talvez tenham sido mais clássicas
na avaliação dos jurados", afirmou o dirigente.
Mas Laffranchi não se dá por
vencida. ""Os outros países não foram tão originais como nós, mas
tudo bem. O importante é que estamos abrindo espaço para a ginástica brasileira."
O simples fato de terem disputado as finais -a Espanha, atual
campeã olímpica, ficou de fora-
é sinal, acredita ela, de que o país
está evoluindo.
""Só viemos para a Olimpíada
porque ganhamos o Pan-Americano no ano passado, quando
nem apostavam na gente. Não tínhamos tradição alguma na GRD
(ginástica rítmica desportiva),
mas agora fizemos alguma coisa,
por menor que ela seja. Esta equipe tem de ficar orgulhosa do que
fez", afirmou a técnica.
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