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PINGUE-PONGUE
Campanha coroa redenção de Levir Culpi na Série A
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasileiro-2004 não marca
apenas a redenção do Atlético-PR. Aponta também a volta
por cima de seu técnico.
Na última passagem pela primeira divisão do Nacional, Levir Culpi, 51, amargou o que
classifica como a pior decepção
de sua carreira: caiu com o Palmeiras para a Série B, em 2002.
Agora, após passar um ano
longe da elite, com o Botafogo
na segunda divisão, Culpi retorna em grande estilo: entre
todas as suas participações em
Brasileiros -desde 1986, esteve em 12 edições, no comando
de nove times diferentes-, esta, à frente do atual líder do
campeonato, é a sua melhor.
Com 30 jogos no clube paranaense, Culpi tem 18 vitórias,
sete empates e cinco derrotas, o
que equivale a um aproveitamento de 67,8% dos pontos
-desempenho superior ao do
próprio Atlético-PR (65%).
Em entrevista à Folha, Culpi
falou sobre sua volta por cima e
revelou a vontade de voltar a
trabalhar em um grande clube
de São Paulo, cidade na qual,
segundo ele, recebeu o melhor
tratamento e obteve, contudo,
os piores resultados.
Folha - A campanha do Atlético-PR neste Brasileiro representa sua redenção profissional,
após ficar marcado como o técnico que rebaixou o Palmeiras?
Levir Culpi - Quem divulga
meu trabalho são aqueles que
trabalham comigo. Aquela foi a
minha maior decepção na carreira. Até hoje não me conformo com aquilo que aconteceu
porque o time era bom. E o
preço que eu paguei foi esse [a
perda de prestígio]. Mas eu
nunca me senti sendo o culpado. Todos sabiam da situação,
tanto que nunca fui hostilizado. A torcida do Palmeiras,
apesar da campanha ruim, foi a
que mais me respeitou.
Folha - Se você se sentia tão
bem no Palmeiras, por que se
transferiu para o Botafogo, que
também iria disputar a Série B?
Culpi - Depois da queda, achei
que era o momento de sair. Depois, aceitei o convite do Bebeto [de Freitas, presidente do
Botafogo] porque ele vinha
com idéias novas. Mas, durante toda a minha carreira, foi o
maior risco que corri.
Folha - Em São Paulo, você já
dirigiu dois dos principais clubes
[Palmeiras e São Paulo], mas
não conseguiu obter o mesmo
sucesso que teve, por exemplo,
em Minas Gerais. Por quê?
Culpi - Não sei explicar o que
aconteceu. São Paulo foi o lugar em que fui mais bem tratado e onde trabalhei pior.
Folha - Você tem planos de voltar a treinar um dos clubes grandes de São Paulo?
Culpi - Eu tenho até residência
fixa em São Paulo. Penso em
voltar, sim.
Folha - Mas o Atlético, se confirmar a boa campanha, deve estar na Libertadores em 2005.
Culpi - Tenho contrato com o
Atlético até dezembro. Não
gosto de falar no futuro. Mas
estou aqui por opção. Vale a
pena trabalhar no Atlético porque a estrutura é ótima.
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