São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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PINGUE-PONGUE

Campanha coroa redenção de Levir Culpi na Série A

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasileiro-2004 não marca apenas a redenção do Atlético-PR. Aponta também a volta por cima de seu técnico.
Na última passagem pela primeira divisão do Nacional, Levir Culpi, 51, amargou o que classifica como a pior decepção de sua carreira: caiu com o Palmeiras para a Série B, em 2002.
Agora, após passar um ano longe da elite, com o Botafogo na segunda divisão, Culpi retorna em grande estilo: entre todas as suas participações em Brasileiros -desde 1986, esteve em 12 edições, no comando de nove times diferentes-, esta, à frente do atual líder do campeonato, é a sua melhor.
Com 30 jogos no clube paranaense, Culpi tem 18 vitórias, sete empates e cinco derrotas, o que equivale a um aproveitamento de 67,8% dos pontos -desempenho superior ao do próprio Atlético-PR (65%).
Em entrevista à Folha, Culpi falou sobre sua volta por cima e revelou a vontade de voltar a trabalhar em um grande clube de São Paulo, cidade na qual, segundo ele, recebeu o melhor tratamento e obteve, contudo, os piores resultados.
 

Folha - A campanha do Atlético-PR neste Brasileiro representa sua redenção profissional, após ficar marcado como o técnico que rebaixou o Palmeiras?
Levir Culpi -
Quem divulga meu trabalho são aqueles que trabalham comigo. Aquela foi a minha maior decepção na carreira. Até hoje não me conformo com aquilo que aconteceu porque o time era bom. E o preço que eu paguei foi esse [a perda de prestígio]. Mas eu nunca me senti sendo o culpado. Todos sabiam da situação, tanto que nunca fui hostilizado. A torcida do Palmeiras, apesar da campanha ruim, foi a que mais me respeitou.

Folha - Se você se sentia tão bem no Palmeiras, por que se transferiu para o Botafogo, que também iria disputar a Série B?
Culpi -
Depois da queda, achei que era o momento de sair. Depois, aceitei o convite do Bebeto [de Freitas, presidente do Botafogo] porque ele vinha com idéias novas. Mas, durante toda a minha carreira, foi o maior risco que corri.

Folha - Em São Paulo, você já dirigiu dois dos principais clubes [Palmeiras e São Paulo], mas não conseguiu obter o mesmo sucesso que teve, por exemplo, em Minas Gerais. Por quê?
Culpi -
Não sei explicar o que aconteceu. São Paulo foi o lugar em que fui mais bem tratado e onde trabalhei pior.

Folha - Você tem planos de voltar a treinar um dos clubes grandes de São Paulo?
Culpi -
Eu tenho até residência fixa em São Paulo. Penso em voltar, sim.

Folha - Mas o Atlético, se confirmar a boa campanha, deve estar na Libertadores em 2005.
Culpi -
Tenho contrato com o Atlético até dezembro. Não gosto de falar no futuro. Mas estou aqui por opção. Vale a pena trabalhar no Atlético porque a estrutura é ótima.


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