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VÔLEI
Sinal de alerta
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Está chegando a hora da decisão nos torneios regionais.
No Campeonato Paulista feminino, o Osasco eliminou o Suzano e
vai fazer a final com o vencedor
de Minas e Pinheiros. No masculino, Banespa e Suzano são favoritos. No primeiro jogo das semifinais, da série de três, venceram
Araraquara e Ulbra-São Paulo.
O certo é que o torneio não é nada animador e deixa uma questão: como o Brasil, dono do melhor time masculino do mundo e
uma das quatro forças no feminino, tem um Paulista tão fraco e
esvaziado? Está na hora de os dirigentes repensarem a situação
dos clubes, a tendência é piorar.
Na última quarta-feira, a Folha
publicou uma reportagem, de
Adalberto Leister Filho, que traça
bem o quadro assustador do vôlei
nacional. Até atletas de segundo
escalão estão deixando o país.
Um exemplo: o time de Suzano
perdeu ao longo do campeonato
quatro jogadoras, que se transferiram para a Europa.
Motivo: na reportagem, uma
delas, a central Alessandra Franco, 23, dizia que recebia R$ 700 no
Suzano. Na Suíça, ganhará quase
sete vezes mais. Resultado: nas semifinais contra o Osasco, o Suzano atuou desfalcado. O torneio
perde qualidade e público -e o
futuro fica comprometido.
Cada vez há menos clubes disputando os campeonatos, e a
qualidade técnica também vai
caindo, e muito. Está na hora de
as federações e a confederação diminuírem as taxas e as despesas
dos times e tornarem o vôlei algo
mais rentável para que os clubes
possam segurar mais seus atletas.
Já na Itália, onde jogam oito
campeões olímpicos brasileiros, a
grande pergunta é outra: o que
acontece com o Modena? O time,
dono de 11 títulos italianos, tem a
quarta pior campanha. A equipe,
dos brasileiros Ricardinho, Dante
e Felipe Chupita, só conseguiu
uma vitória em cinco jogos.
A temporada anterior já não tinha sido boa. O Modena não se
classificou entre os oito times que
disputaram a fase final. Resultado: crise geral na cidade, que é
apaixonada por vôlei. Uma das
soluções foi contratar Júlio Velasco, ex-técnico da seleção italiana
e tricampeão nacional com o Modena em 87, 88 e 89.
Além de Velasco, o time apostou em mais duas contratações: o
brasileiro Ricardinho e o oposto
holandês Richard Schuil. O certo
é que Schuil não está correspondendo, e Ricardinho, o melhor levantador do mundo hoje, ainda
está em fase de adaptação na Itália e não está jogando tudo o que
joga na seleção.
Em uma entrevista para explicar as derrotas, Velasco disse que
o time está cometendo muitos erros, mas não por motivos técnicos
e sim devido ao nervosismo e a
tensão. E foi além: pediu para diminuírem a pressão sobre os atletas para o time ter tempo para
trabalhar em paz os seus defeitos.
Quem está com a bola toda é o
Treviso, do central brasileiro Gustavo. É o líder do campeonato
com quatro vitórias em cinco jogos, seguido pelo Macerata, do levantador Maurício. O Cuneo, de
Giba, está em quarto lugar. O
Trentino, de André Heller, em oitavo, e o Piacenza, de Escadinha e
Ânderson, em nono.
Supercopa Mercosul
O time de Bento Gonçalves foi campeão da Supercopa Mercosul. Na
final, derrotou o Novo Hamburgo por 3 a 2 (25/23, 25/21, 23/25, 20/25
e 15/11). Também participaram do torneio mais três equipes brasileiras (Minas, Unisul e Caxias do Sul) e uma argentina (Bolívar). Esse
foi o principal título do Bento Gonçalves, comandado por Cebola.
Japão
Os atacantes Marcelo Negrão, Kalé, Joel, Max e Raquel serão os únicos brasileiros a disputar o Campeonato Japonês, que começa no
próximo final de semana. Negrão e Kalé vão atuar juntos no Sakai
Blazer. Joel, que na temporada passada jogou na Itália, irá defender o
Suntory e substituir Gílson, a maior estrela do time nos últimos cinco
anos. Max vai jogar no Nec, e Raquel no JT.
E-mail cidasan@uol.com.br
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