São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Sinal de alerta

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Está chegando a hora da decisão nos torneios regionais. No Campeonato Paulista feminino, o Osasco eliminou o Suzano e vai fazer a final com o vencedor de Minas e Pinheiros. No masculino, Banespa e Suzano são favoritos. No primeiro jogo das semifinais, da série de três, venceram Araraquara e Ulbra-São Paulo.
O certo é que o torneio não é nada animador e deixa uma questão: como o Brasil, dono do melhor time masculino do mundo e uma das quatro forças no feminino, tem um Paulista tão fraco e esvaziado? Está na hora de os dirigentes repensarem a situação dos clubes, a tendência é piorar.
Na última quarta-feira, a Folha publicou uma reportagem, de Adalberto Leister Filho, que traça bem o quadro assustador do vôlei nacional. Até atletas de segundo escalão estão deixando o país. Um exemplo: o time de Suzano perdeu ao longo do campeonato quatro jogadoras, que se transferiram para a Europa.
Motivo: na reportagem, uma delas, a central Alessandra Franco, 23, dizia que recebia R$ 700 no Suzano. Na Suíça, ganhará quase sete vezes mais. Resultado: nas semifinais contra o Osasco, o Suzano atuou desfalcado. O torneio perde qualidade e público -e o futuro fica comprometido.
Cada vez há menos clubes disputando os campeonatos, e a qualidade técnica também vai caindo, e muito. Está na hora de as federações e a confederação diminuírem as taxas e as despesas dos times e tornarem o vôlei algo mais rentável para que os clubes possam segurar mais seus atletas.
Já na Itália, onde jogam oito campeões olímpicos brasileiros, a grande pergunta é outra: o que acontece com o Modena? O time, dono de 11 títulos italianos, tem a quarta pior campanha. A equipe, dos brasileiros Ricardinho, Dante e Felipe Chupita, só conseguiu uma vitória em cinco jogos.
A temporada anterior já não tinha sido boa. O Modena não se classificou entre os oito times que disputaram a fase final. Resultado: crise geral na cidade, que é apaixonada por vôlei. Uma das soluções foi contratar Júlio Velasco, ex-técnico da seleção italiana e tricampeão nacional com o Modena em 87, 88 e 89.
Além de Velasco, o time apostou em mais duas contratações: o brasileiro Ricardinho e o oposto holandês Richard Schuil. O certo é que Schuil não está correspondendo, e Ricardinho, o melhor levantador do mundo hoje, ainda está em fase de adaptação na Itália e não está jogando tudo o que joga na seleção.
Em uma entrevista para explicar as derrotas, Velasco disse que o time está cometendo muitos erros, mas não por motivos técnicos e sim devido ao nervosismo e a tensão. E foi além: pediu para diminuírem a pressão sobre os atletas para o time ter tempo para trabalhar em paz os seus defeitos.
Quem está com a bola toda é o Treviso, do central brasileiro Gustavo. É o líder do campeonato com quatro vitórias em cinco jogos, seguido pelo Macerata, do levantador Maurício. O Cuneo, de Giba, está em quarto lugar. O Trentino, de André Heller, em oitavo, e o Piacenza, de Escadinha e Ânderson, em nono.

Supercopa Mercosul
O time de Bento Gonçalves foi campeão da Supercopa Mercosul. Na final, derrotou o Novo Hamburgo por 3 a 2 (25/23, 25/21, 23/25, 20/25 e 15/11). Também participaram do torneio mais três equipes brasileiras (Minas, Unisul e Caxias do Sul) e uma argentina (Bolívar). Esse foi o principal título do Bento Gonçalves, comandado por Cebola.

Japão
Os atacantes Marcelo Negrão, Kalé, Joel, Max e Raquel serão os únicos brasileiros a disputar o Campeonato Japonês, que começa no próximo final de semana. Negrão e Kalé vão atuar juntos no Sakai Blazer. Joel, que na temporada passada jogou na Itália, irá defender o Suntory e substituir Gílson, a maior estrela do time nos últimos cinco anos. Max vai jogar no Nec, e Raquel no JT.

E-mail cidasan@uol.com.br


Texto Anterior: Basquete: Equilíbrio dita 1ª fase do Paulista masculino
Próximo Texto: Futebol - José Geraldo Couto: O espetáculo continua
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.