|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
O time dos 12
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Melhor impossível : 11 jogos, 11 vitórias, o título da
Copa do Japão, a vaga para a
Olimpíada e a confirmação que o
Brasil tem hoje a melhor seleção
masculina de vôlei do mundo.
Está certo que a Rússia não disputou o torneio, mas, do jeito que
o time brasileiro está jogando, a
história não seria diferente.
Mas qual é a grande qualidade
da seleção? A resposta é simples:
mais do que em qualquer outra
competição anterior, o time mostrou que tem 12 atletas com praticamente a mesma eficiência técnica. E isso fez uma diferença
enorme em um torneio cansativo
como a Copa do Mundo, com 11
jogos em 15 dias.
Um exemplo: a Itália e Sérvia e
Montenegro, as duas outras classificadas para as Olimpíadas, não
têm tantas opções no banco de reservas como o Brasil. E sofrem por
causa disso. E essa foi a maior
vantagem brasileira nos dois confrontos diante dessas seleções.
Foi com uma substituição feita
por Bernardinho, no segundo set
contra Sérvia e Montenegro, que
o Brasil virou o jogo. André Nascimento entrou no lugar de Ricardinho, e Anderson permaneceu
no saque. Sem levantador e com
um show de defesas, a seleção fez
cinco pontos seguidos, venceu o
set e iniciou a virada do jogo.
O certo é que uma seleção com
uma campanha de 11 vitórias, nenhuma derrota e apenas quatro
sets perdidos tem outras grandes
qualidades. Uma delas é a defesa,
comandada por Sérgio Escadinha, o líbero mais eficiente da Copa do Mundo. Nunca vi uma seleção brasileira defender tanto como essa.
Quem assistiu aos jogos também deve ter ficado impressionado com o amadurecimento e a
habilidade do levantador Ricardinho e as variações nas jogadas
de ataque. Mais: as bolas do fundo da quadra, principalmente
com Giovane e Giba, estão cada
vez mais velozes e precisas.
E, para felicidade geral da nação, Giovane voltou a jogar muito
bem. Ele conquistou a posição de
titular, no lugar de Giba, e foi eleito, com merecimento, o melhor
atacante da Copa do Mundo. E
tudo isso com 33 anos.
Ninguém tem dúvidas de que,
no ano que vem, Giovane vai buscar o bicampeonato olímpico.
No balanço da Copa do Mundo,
a surpresa foi o tropeço da Sérvia
e Montenegro diante da França
na penúltima rodada. Pelo que
parece, o resultado tem uma explicação: a equipe tinha ficado
abalada com a derrota no dia anterior para o Brasil e houve desentendimento entre o treinador e alguns jogadores.
Se bem que a França é a seleção
mais surpreendente dos últimos
tempos. No ano passado, foi bronze no Mundial, depois, acabou
em décimo lugar na última Liga
Mundial e, agora, ficou na quinta
posição na Copa. Não dá para
acreditar muito em um time com
tanta irregularidade.
A elite do vôlei mundial é formada hoje por Brasil, Itália, Sérvia e Rússia. Não tem mistério: a
luta pelo ouro em Atenas será entre essas quatro seleções. Tem que
ficar de olho aberto na Itália porque o técnico Gian Paolo Montali
está acertando o time. Mesmo assim, o Brasil é o grande favorito.
Tradição
O italiano Andrea Sartoretti manteve a tradição e voltou a mostrar
que tem um dos saques mais eficientes do mundo. O jogador, também conhecido como Sartorace, foi eleito o melhor sacador da Copa
do Mundo. Em 90 tentativas, marcou 21 aces. O levantador Ricardinho ficou em sétimo lugar, com nove pontos diretos de saque.
Pré-Olímpicos
Quem gostou dos resultados da Copa do Mundo foi a seleção da Rússia. Com a classificação de Itália e Sérvia e Montenegro, os russos são
os favoritos no Pré-Olímpico da Europa, em janeiro. Já os cubanos
não devem ter gostado do quarto lugar obtido pelos Estados Unidos.
Agora, eles vão ter uma disputa dura com os americanos no Pré-Olímpico da América do Norte e Central, também em janeiro.
E-mail: cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Automobilismo: Muffato supera "dinossauros" e leva Stock Car Próximo Texto: Panorâmica - Futebol: Jair Picerni discute hoje com presidente seu futuro no comando do Palmeiras Índice
|