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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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VÔLEI

O time dos 12

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Melhor impossível : 11 jogos, 11 vitórias, o título da Copa do Japão, a vaga para a Olimpíada e a confirmação que o Brasil tem hoje a melhor seleção masculina de vôlei do mundo.
Está certo que a Rússia não disputou o torneio, mas, do jeito que o time brasileiro está jogando, a história não seria diferente.
Mas qual é a grande qualidade da seleção? A resposta é simples: mais do que em qualquer outra competição anterior, o time mostrou que tem 12 atletas com praticamente a mesma eficiência técnica. E isso fez uma diferença enorme em um torneio cansativo como a Copa do Mundo, com 11 jogos em 15 dias.
Um exemplo: a Itália e Sérvia e Montenegro, as duas outras classificadas para as Olimpíadas, não têm tantas opções no banco de reservas como o Brasil. E sofrem por causa disso. E essa foi a maior vantagem brasileira nos dois confrontos diante dessas seleções.
Foi com uma substituição feita por Bernardinho, no segundo set contra Sérvia e Montenegro, que o Brasil virou o jogo. André Nascimento entrou no lugar de Ricardinho, e Anderson permaneceu no saque. Sem levantador e com um show de defesas, a seleção fez cinco pontos seguidos, venceu o set e iniciou a virada do jogo.
O certo é que uma seleção com uma campanha de 11 vitórias, nenhuma derrota e apenas quatro sets perdidos tem outras grandes qualidades. Uma delas é a defesa, comandada por Sérgio Escadinha, o líbero mais eficiente da Copa do Mundo. Nunca vi uma seleção brasileira defender tanto como essa.
Quem assistiu aos jogos também deve ter ficado impressionado com o amadurecimento e a habilidade do levantador Ricardinho e as variações nas jogadas de ataque. Mais: as bolas do fundo da quadra, principalmente com Giovane e Giba, estão cada vez mais velozes e precisas.
E, para felicidade geral da nação, Giovane voltou a jogar muito bem. Ele conquistou a posição de titular, no lugar de Giba, e foi eleito, com merecimento, o melhor atacante da Copa do Mundo. E tudo isso com 33 anos.
Ninguém tem dúvidas de que, no ano que vem, Giovane vai buscar o bicampeonato olímpico.
No balanço da Copa do Mundo, a surpresa foi o tropeço da Sérvia e Montenegro diante da França na penúltima rodada. Pelo que parece, o resultado tem uma explicação: a equipe tinha ficado abalada com a derrota no dia anterior para o Brasil e houve desentendimento entre o treinador e alguns jogadores.
Se bem que a França é a seleção mais surpreendente dos últimos tempos. No ano passado, foi bronze no Mundial, depois, acabou em décimo lugar na última Liga Mundial e, agora, ficou na quinta posição na Copa. Não dá para acreditar muito em um time com tanta irregularidade.
A elite do vôlei mundial é formada hoje por Brasil, Itália, Sérvia e Rússia. Não tem mistério: a luta pelo ouro em Atenas será entre essas quatro seleções. Tem que ficar de olho aberto na Itália porque o técnico Gian Paolo Montali está acertando o time. Mesmo assim, o Brasil é o grande favorito.

Tradição
O italiano Andrea Sartoretti manteve a tradição e voltou a mostrar que tem um dos saques mais eficientes do mundo. O jogador, também conhecido como Sartorace, foi eleito o melhor sacador da Copa do Mundo. Em 90 tentativas, marcou 21 aces. O levantador Ricardinho ficou em sétimo lugar, com nove pontos diretos de saque.

Pré-Olímpicos
Quem gostou dos resultados da Copa do Mundo foi a seleção da Rússia. Com a classificação de Itália e Sérvia e Montenegro, os russos são os favoritos no Pré-Olímpico da Europa, em janeiro. Já os cubanos não devem ter gostado do quarto lugar obtido pelos Estados Unidos. Agora, eles vão ter uma disputa dura com os americanos no Pré-Olímpico da América do Norte e Central, também em janeiro.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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