São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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Governo banca Tolima e seu estádio

LIBERTADORES
Dinheiro público financia equipe, que chegou a falir


DO ENVIADO A IBAGUÉ

O adversário de hoje do Corinthians é quase uma estatal colombiana. O Tolima é presidido pelo milionário Gabriel Camargo Salamanca, 60, ex-senador, mas depende da Prefeitura de Ibagué e do departamento de Tolima.
É a prefeitura que faz campanhas de incentivo para que a torcida vá aos jogos.
"Vejo o futebol como uma questão econômica, por isso minha administração investe tanto", disse o prefeito de Ibagué, Jesús María Botero.
O político se orgulha de bancar a reconstrução do estádio Manuel Murillo Toro. "É um investimento público, não do clube", sublinhou.
A primeira fase da obra vai custar R$ 700 mil, dos quais R$ 400 mil são da prefeitura. Os demais R$ 300 mil são divididos entre governo nacional e departamental.
Há dois anos, quando a cervejaria Bavaria (sem relação com a marca brasileira) retirou o patrocínio ao clube, a diretoria declarou falência.
Em 21 de janeiro de 2009, uma longa nota emitida pela direção do Tolima lamentava a falta de apoio da torcida e da iniciativa privada local.
E concluía: "Um time profissional de primeira divisão numa cidade como Ibagué é economicamente inviável".
Acompanhando a conclusão, um pedido: "Se o governo de Tolima e a Prefeitura de Ibagué querem ter um espetáculo de futebol profissional, é necessário que paguem os custos que gera".
O Tolima também ameaçava não disputar mais o Campeonato Colombiano.
Os outros clubes do país rejeitaram a ideia, mas o poder público cedeu aos apelos, e o clube ressuscitou.
O presidente e dono do Tolima, Gabriel Camargo Salamanca, É proprietário de uma indústria avícola e de uma rede de fast food. Seus negócios estão avaliados em aproximadamente de US$ 50 milhões (R$ 83 milhões).
Salamanca, que mora em Bogotá, é quem mais pede ajuda pública para o clube que preside. "Não posso mais colocar dinheiro do meu bolso, como já fiz", costuma dizer o dirigente.
A classificação diante do Corinthians hoje vai valer, para cada jogador, um prêmio de US$ 10 mil (R$ 16,6 mil) -o teto salarial do clube.
Enquanto prefeitura e província despejam dinheiro no clube, Ibagué sofre.
A cidade colombiana é a quarta do país no ranking do desemprego, com índice de 18,2%. A média do país é de 11,2%. (MARTÍN FERNANDEZ)


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