DA REPORTAGEM LOCAL

Desfilar no topo de um carro alegórico no Carnaval do Rio e trocar acusações com nadadores locais. A relação de Alexander Popov com o Brasil transcende os limites do esporte.
Em entrevista à Folha, o russo nega que tenha acusado Fernando Scherer de usar doping, elogia a forma de torcer dos brasileiros e diz que deixa as piscinas após os Jogos de Atenas-2004. (GR e EO)

Folha - Após um ano e sete meses sem competir, por que voltar no Mundial de Moscou?

Alexander Popov - Em primeiro lugar, não estive parado durante todo este tempo. Além dos treinos, disputei alguns torneios de menor envergadura. Nadarei em Moscou porque as oportunidades de competir em meu país natal são raras.

Folha - Você diz que pretende competir até Atenas-2004. Dependendo dos resultados, é possível que continue nadando?

Popov - Não. Atenas marcará o fim de minha carreira. Depois, pensarei no que vou fazer.

Folha - O que você acha do brasileiro Fernando Scherer?

Popov - É um bom atleta.

Folha - Mas você levantou, em 2000, suspeitas de que ele usaria substâncias proibidas?

Popov - Eu nunca disse isso. Certamente houve um mal-entendido. Nunca acusei o Scherer de nada. Tudo o que posso dizer é que existem atletas que nadam muito bem uma vez, mas, depois, acabam sumindo. Não posso citar nomes.

Folha - Além de competir, você até desfilou no Brasil. Quais são suas impressões sobre o país?

Popov - Deu para perceber que os brasileiros são fanáticos por esporte. O país pára a cada competição. Se tiver oportunidade, vou voltar algum dia.


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