|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Leão, Muricy, Picerni e Zetti consolidam reação de técnicos locais no Estadual, outrora dominado por forasteiros
Sotaque paulista comanda semifinalistas
RICARDO PERRONE
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Paulista deste ano valoriza
como nunca o técnico paulista.
Todos os comandantes dos semifinalistas da competição nasceram no Estado, que se acostumou
a ver gente de fora brilhar.
Emerson Leão, do Santos, Muricy Ramalho, do São Caetano,
Jair Picerni, do Palmeiras, e Zetti,
do Paulista, lutam pelo primeiro
título do Estadual em suas carreiras como técnicos e para consolidar a reação dos treinadores da
região na competição, após anos
de domínio de forasteiros.
Em 2003, ao ser campeão com o
Corinthians, derrotando o carioca Oswaldo de Oliveira, então no
São Paulo, Geninho quebrou quatro anos de jejum dos treinadores
paulistas no campeonato.
A fila seria maior não fossem os
triunfos de Nelsinho Baptista com
o Corinthians, em 1997, e pelo São
Paulo, no ano seguinte. De 1988 a
1996 só quem veio de fora do Estado venceu a competição.
Nesse período, reinaram forasteiros como o fluminense Wanderley Luxemburgo, campeão em
1990, com o Bragantino, em 1993,
1994 e 1996, com o Palmeiras, e
em 2001, pelo Corinthians.
Antes, o gaúcho Oswaldo Brandão faturou sete títulos com Corinthians, Palmeiras e São Paulo,
entre as décadas de 40 e 70.
Os mineiros Telê Santana e Carlos Alberto Silva venceram duas
vezes cada um. Até estrangeiros,
como o húngaro Bela Guttman e
o argentino Jose Poy triunfaram
em São Paulo dirigindo times.
Porém, em 2004, os técnicos de
outros Estados não foram além
das quartas-de-final.
Oliveira, de volta ao Corinthians, tentava seu segundo título,
mas o plano ruiu ainda na primeira fase, com a eliminação de seu
time, que só se livrou do rebaixamento na última rodada.
Depois, o paranaense Cuca caiu
com o São Paulo diante do São
Caetano nas quartas-de-final.
Nas semifinais, sobraram quatro treinadores que nasceram em
três diferentes cidades paulistas.
Picerni e Muricy são da capital. Os
ex-goleiros Leão e Zetti nasceram
no interior. Em Ribeirão Preto e
Porto Feliz, respectivamente.
"Antes, os paulistas não tinham o
reconhecimento que merecem.
Agora têm espaço e estão vencendo em seu Estado", disse Muricy.
Segundo ele, os treinadores de
São Paulo começaram a se unir,
com um ajudando o outro a arrumar emprego. "Não éramos tão
unidos como o pessoal do Sul. Lá
um técnico sempre indica outro
do região para uma vaga", afirmou o treinador do São Caetano.
Ele iniciou a carreira no São
Paulo, mas precisou rodar o país
para voltar a ter a chance de vencer em seu Estado. Em 2003 estava no Internacional-RS.
Leão, o técnico mais consagrado dentre os semifinalistas, já chegou a dirigir a seleção principal do
país, mas declarou algumas vezes
que o fato de ser paulista dificultou sua vida no time nacional.
Ele diz que conquistar o Paulista
seria especial. "Quero muito ganhar porque nunca venci, o Santos não vence desde 1984 e é o
campeonato da minha terra."
Os técnicos que tentam levantar
a taça também firmaram seus nomes no cenário nacional como jogadores de times do Estado. Leão
se projetou no Palmeiras e também obteve título no Corinthians.
Muricy, nos anos 70, e Zetti, nos
anos 90, foram destaques do São
Paulo. Jair Picerni atuou na fase
áurea da Ponte Preta, no final da
década de 70.
Colaboraram Marcus Vinicius Marinho,
da Reportagem Local, e Fábio Tura, do
Datafolha
Texto Anterior: Futebol: Sem empolgar, Brasil enfrenta agora adversários mais difíceis Próximo Texto: Memória: Feola é único de São Paulo com título mundial Índice
|