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BOXE
O vexame de Vitor Belfort
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Incrivelmente , uma das lutas esperadas com mais expectativa pelos fãs de vale-tudo, envolvendo o brasileiro Vitor Belfort, não esteve disponível em nenhum canal de TV a cabo ou em
pay-per-view -e até o resultado
de tal apresentação vinha sendo
mantido em segredo... até agora.
Lembram-se como Belfort vinha afirmando nos últimos anos
que seu grande desejo era defender o Brasil em Sydney e o espaço
que tal fato conquistou na mídia?
Pois é, por mais incrível que
possa parecer, o desfecho, a tentativa frustrada da estrela do vale-tudo de obter vaga na equipe
olímpica brasileira de boxe, só foi
testemunhado por alguns amadores e técnicos durante uma seletiva ""secreta" disputada em Cuba, há pouco mais de dois meses.
O acordo era claro. Se conseguisse bater Marcelino Novaes,
pesado titular (limite de 91 kg) do
time brasileiro, Belfort ganharia o
direito de disputar o segundo Pré,
no México, no lugar de Novaes.
Independentemente do resultado,
Novaes disputaria o primeiro Pré,
em Tampa, nos EUA.
Inicialmente, a seletiva foi marcada para dezembro, adiada para janeiro, e acabou acontecendo
em março, quando os brasileiros
faziam um estágio em Cuba. Novaes teria sido avisado com só três
dias de antecedência que estaria
enfrentando Belfort (como a confederação permitiu que alguém
caísse de pára-quedas para desafiar o titular é um mistério).
Segundo atletas que acompanharam o encontro, disputado
em quatro assaltos de dois minutos cada (nos moldes olímpicos) e
monitorado por integrantes da
Confederação Brasileira de Boxe,
Novaes venceu por 6 a 2.
Belfort teria sofrido duas quedas, após trocas de golpes. Posteriormente culpou ""problemas no
joelho" pela performance. De
qualquer modo, como demorou
cerca de um minuto para se levantar após cada queda, teria sido considerado perdedor por nocaute técnico se fosse ""pra valer".
Depois, Belfort pediu nova
chance. Tentaria, no México,
pouco antes do segundo Pré (em
Tijuana), vencer Novaes. Mas
acabou não aparecendo.
O estranho é que o episódio passou despercebido por toda a imprensa, inclusive por aqueles setores que faziam um baita oba-oba
quando o assunto era ter o lutador de vale-tudo representando o
Brasil em Sydney. Curioso... (e se
o resultado tivesse sido outro?)
Anteriormente, Belfort havia
desperdiçado outra chance de ser
incluído na seleção olímpica, em
1998. Durante o Festival Olímpico
de Verão, no Rio, que contava
com somente quatro superpesados, Belfort e Claudio Aires, o titular, derrotaram seus fracos oponentes e se encontrariam na esperada final. Alegando problemas
no estômago, Belfort desistiu.
Se os rumores eram verdadeiros, teria havido até o interesse de
uma rede de TV em assinar com
Belfort (que não foi localizado
por esta coluna para comentários,
pois estaria no Japão lutando),
caso tivesse obtido sucesso como
boxeador. Mas não foi o caso.
Enquanto isso, Novaes, que não
se classificou para os Jogos de
Sydney (foi vice nos Prés), ainda
corre atrás de patrocínios para
passar a profissional, mesmo tendo batido o ídolo do vale-tudo.
Novamente, curioso...
Internacional
Nesta semana, o russo Anatoly Alexandrov acusou os
efeitos da surra que tomou de
Acelino Freitas, o Popó, em
agosto do ano passado. Normalmente bastante resistente, Alexandrov sofreu duas
quedas em seu retorno aos
ringues, mas de alguma maneira ainda conseguiu registrar uma vitória em oito assaltos contra o desconhecido
mexicano Pedro Garcia.
Nacional
Na última terça-feira, o cruzador Rogério Lobo, que, assim como Edson do Nascimento, o Xuxa, assinou contrato com o promotor de lutas Don King, derrotou
Eduardo França, por nocaute
no segundo assalto. Lobo, a
exemplo de Xuxa, deve lutar
na preliminar da próxima defesa de título de Félix Trinidad, em julho. Antes, deve
disputar mais um combate,
novamente no Brasil.
E-mail eohata@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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