São Paulo, domingo, 02 de junho de 2002

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PINGUE-PONGUE

Espírito de grupo ditou convocação, diz Regina Brandão

DOS ENVIADOS A ULSAN

Os torcedores conheceram Regina Brandão quando o Palmeiras conquistou a Copa do Brasil de 98. Enquanto comemorava o título ainda no campo, Luiz Felipe Scolari, que então treinava o clube do Parque Antarctica, dedicou o título a três pessoas: o jornalista Joelmir Betting, o médico Osmar de Oliveira e Regina.
Eles tinham proferido palestras aos atletas às vésperas da decisão contra o Cruzeiro, e o resultado, na avaliação de Scolari, fora crucial para a vitória.
A partir dessa experiência, ele não desgrudou mais da psicóloga, a quem recorreu quando foi para o Cruzeiro.
Regina também já trabalhou no São Paulo, no Inter, no Grêmio e no Santos.
Hoje, aos 48 anos, a psicóloga trabalha para o time de basquete do COC/Ribeirão, presta assessoria a equipes de futebol, ao técnico da seleção brasileira e dá aulas em duas faculdades.
Regina fez pós-graduação em psicologia do esporte em Cuba e doutorado em ciência do esporte na Unicamp, com tese sobre estresse em jogadores de futebol profissional.
Na última quinta-feira, no início da noite na Coréia, começo da manhã no Brasil, ela falou à Folha por telefone. (FV, FM, JAB E SR)

Folha - O que Scolari alegou quando informou que a CBF não iria querer os seus serviços?
Regina Brandão -
Ele só disse que a CBF tinha a idéia dela sobre o assunto. Falou para mim: "Não vou te colocar lá dentro à força, pois não quero te queimar profissionalmente". Achei muito legal da parte dele. Então resolvemos que eu faria uma assessoria, não para a CBF, mas para ele.

Folha - Como são os relatórios sobre os perfis psicológicos de times e jogadores?
Regina -
Converso com os atletas durante várias horas e observo o cotidiano do clube. Além de fazer um relatório do grupo e outros específicos de cada atleta, cruzo aspectos psicológicos com as posições em campo, concluindo que setor tem mais dificuldades para cumprir certas funções.

Folha - Por que Scolari gosta tanto de psicologia esportiva?
Regina -
Se você reparar, ele nunca teve resultados imediatos em equipes, pois precisa de um tempo para sentir os atletas. Quando conversamos, ele me disse que não teria 11 jogadores na Copa, mas 23. Concordamos que um atleta pode até decidir um jogo, mas um time decide um campeonato.

Folha - Foi por isso que Romário não teve vez...
Regina -
Não adianta um atleta ter um perfil e os outros terem outro. O que chamou a atenção nesses 23 atletas é que todos têm a característica de produzir para o grupo.

Folha - Como você viu a entrada do Juninho no time titular?
Regina -
Ele se encaixou muito bem na seleção, é um atleta com muito espírito de grupo.


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