São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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FUTEBOL

Time não cai há 17 jogos em eliminatórias, mas último revés foi no Brasil

Argentina defende fama de imbatível na América

DO ENVIADO A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Nunca foi tão difícil para os rivais sul-americanos vencer a Argentina nas eliminatórias. Sempre com Marcelo Bielsa no comando técnico, o mais tradicional adversário brasileiro acumula 17 partidas sem derrota em qualificatórios para uma Copa do Mundo.
Esta é a maior série invicta do país -a anterior era de 13 partidas. O último revés argentino em eliminatórias aconteceu justamente no Brasil. No primeiro turno das eliminatórias passadas, o Brasil, no Morumbi, fez 3 a 1.
Na comparação com o desempenho brasileiro fica clara a supremacia argentina. Somando o classificatório para 2002 depois do duelo do Morumbi e o atual, a Argentina ostenta um aproveitamento de 76%, contra 55% de seu rival de hoje à noite no Mineirão.
A Argentina, que não repete em termos mundiais o sucesso continental, é ainda o atual campeão sub-17, sub-20 e sub-23 sul-americanos. É também o único país que tem dois clubes (Boca Juniors e River Plate) nas semifinais da Taça Libertadores deste ano.
Mesmo com a performance arrebatadora dos argentinos em jogos de eliminatórias, jogadores brasileiros, de forma geral, afirmam que o favoritismo é do time da casa. "Estamos em um melhor momento do que o deles", declarou o meia Zé Roberto.
Questionado sobre as afirmações dos brasileiros, o atacante Delgado afirmou: "Sabemos que eles foram campeões, que têm grandes jogadores, mas também temos os nossos".
Antes de deixar Buenos Aires, anteontem, Bielsa disse que a vitória hoje contra o Brasil vai significar a afirmação do selecionado argentino. Ontem, ele não quis dar declarações à imprensa.
Sorín, que esteve no grupo que fracassou na última Copa, afirmou que a Argentina vive um momento de transição, com a chegada de novos jogadores. Mas, segundo ele, a característica do time não foi alterada. Continua valendo a garra e a técnica.
"Estamos em uma época de transição, mas este time e o outro são muito parecidos. A Argentina vai procurar sempre ser a protagonista do jogo, fazer pressão, não deixar o rival jogar."
A partida contra o Brasil, segundo ele, representa "o clássico que qualquer jogador quer jogar", independentemente se é um jogo oficial ou não. "Vencer o Brasil é mais importante do que ser o primeiro nas eliminatórias. As eliminatórias são importantes, mas é uma obrigação para a Argentina estar na Copa", disse.
Pouco falante, o zagueiro Samuel afirmou que a seleção treinou durante quatro dias e está pronta para enfrentar o Brasil.
Delgado não considera o fator campo tão determinante, embora hoje o Brasil jogue diante da sua torcida. "É um clássico, e será sempre um clássico aqui ou lá."
(PAULO COBOS E PAULO PEIXOTO)


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