São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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Em Paris, atletas visitam loja de cremes e a torre Eiffel; batalhão de mulheres ataca, beija, agarra e passa a mão em jogadores
Na folga, assédio cansa jogadores

NOELLY RUSSO
enviada especial a Paris

O dia de folga dos jogadores da seleção brasileira acabou dando uma bela canseira nos atletas que se aventuraram a sair da concentração em Lésigny.
O cansaço começou por volta das 10h. Rivaldo, Giovanni, Cesar Sampaio, Aldair e Zé Carlos se abaixaram nos bancos de um dos ônibus da Copa para tentar fugir da imprensa. Ficaram agachados por cerca de três quilômetros até chegarem à estrada que leva a Paris, quando enfim se sentaram.
Os jogadores foram fazer compras na loja Eden, especializada em perfumes, cremes para o corpo e rosto. A loja fica próxima às Galerias Lafayettes, a loja de departamento mais famosa de Paris. A loja estava fechada ontem por ser feriado na França.
Eles já são clientes da Eden há pelo menos um ano. "Eles compraram perfumes para eles, para as mulheres e para as famílias. Também escolheram algumas gravatas e bolsas", disse uma das funcionárias da loja que pediu para não ser identificada.
"A Eden mantém os jogadores como clientes porque nós nos comprometemos com a discrição. Por isso, e a pedido dos jogadores, não posso revelar quanto eles gastaram, nem quais as marcas que escolheram", disse a funcionária.
A Eden havia sido avisada no dia anterior sobre a visita dos jogadores e fechou suas portas para outros clientes por cerca de uma hora, tempo em que os jogadores faziam compras.
Na saída da loja, um pequeno grupo, com cerca de 12 pessoas, uniformizadas com a camisa do Brasil, aguardava os jogadores. Além deles, um "exército" de mulheres, francesas, brasileiras e espanholas, "atacou" os jogadores com beijos, puxões, passadas de mão e gritos histéricos.
O principal alvo foi o atacante Rivaldo, que chegou a levar dois beijos de uma vez só, um em cada bochecha. Encabulado, dizia: "Ai, ai. Chega, gente".
Giovanni, mais sério, andava grudado às paredes da rua à procura do ônibus, onde se encontrava a salvo do assédio, um tanto desenfreado, das fãs.
O meia levava uma sacola plástica na qual, segundo ele, havia perfumes e cremes. "Não lembro direito os nomes", disse.
A funcionária da loja afirmou que foram diversas marcas diferentes de perfume. "Eles costumam variar bastante."
A próxima parada do ônibus foi outra batalha: a torre Eiffel, o ponto turístico mais famoso de Paris. Os jogadores foram cercados por vários fãs.
Na hora de ir embora, Rivaldo novamente foi a principal vítima. Desta vez, o atacante foi "emboscado" por um grupo de jogadores mirins do Racing de Carlet, da Espanha. "Ribaldo (sic), somos Barça!", gritavam ao cercá-lo.
Antes de conseguir entrar no táxi, ele fez fotos com os garotos, deu autógrafos, mas falou pouco.
"É minha primeira visita a Paris. É bom tirar uma folga para desligar um pouco da tensão da Copa", disse o jogador, que não quis dar muitas entrevistas e tentou evitar o tema futebol.



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